Comissão institui Prémio de Investigação “Cón. Jorge Coutinho”

A Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga tem como objetivo promover a realização das solenidades quaresmais, valorizando-as.

 

Considerando que a investigação académica ajuda à sua melhor compreensão e, por isso mesmo, a dignificar a sua realização; e que a Comissão pretende expressar a sua gratidão a todos os que, ao longo dos séculos e no passado recente, tornaram possível a dimensão e a qualidade que as cerimónias da Quaresma e Semana Santa adquiriram em Braga, deliberou a Comissão atribuir o nome do Cónego Jorge Coutinho a este Prémio, quer pelo seu empenho nesta Comissão, quer pela sua dedicação à academia bracarense.

 

Este prémio será bienal, com candidaturas aceites já neste ano de 2018 e tem o valor pecuniário de 1.500 euros.

 

O Regulamento está disponível aqui.

Semana Santa de Braga 2018: programa e cartaz já são conhecidos

A Comissão da Semana Santa informa que correu hoje, dia 11 de janeiro, pelas 11h, na sala do Cabido da Sé Catedral de Braga, a conferência de imprensa de apresentação e lançamento do programa oficial e cartaz da Semana Santa de Braga 2018.

 

Os presentes foram acolhidos pelo presidente da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, o Rev. Cónego Luis Miguel Figueiredo Rodrigues. Igualmente presentes na mesa estava o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, dr. Bernardo Reis; o provedor da Irmandade de Santa Cruz, dr. Luis Rufo; o presidente da Câmara Municipal de Braga, dr. Ricardo Rio; o representante da entidade regional de turismo Porto e Norte de Portugal, dr. Marco Sousa; o presidente da Associação Comercial de Braga, dr. Domingos Macedo Barbosa; o presidente da Associação Industrial do Minho, dr. António Marques.

 

O senhor cónego Luis Miguel Rodrigues usou da palavra, comunicando o seguinte:

 

“As comemorações da Quaresma e Semana Santa, em 2018, voltarão a encher a cidade de Braga de devotos, de turistas e transeuntes que nos vêm visitar para participar no modo único como vivemos estes tempos, ricos de significado e densos de tradições. Estas, mais do que revivalismos ou recriações históricas, e assumindo a sua matriz religiosa estritamente cristã, são a expressão de um povo que se percebe, se diz e se revê num acontecimento fundante: a morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que continua a reconhecer a pertinência da sua mensagem nos dias de hoje.

 

É esta a mensagem que a Comissão pretende fazer passar com o cartaz deste ano, que parte da mensagem do ano pastoral da Arquidiocese de Braga: “Despertar Esperança”. Esta é um dos atributos da existência cristã. Ser cristão é ter esperança, é ser esperança, mesmo em situações de dor e sofrimento, porque Cristo venceu a morte.

 

Por isso, a chave de leitura da composição da imagem é dual.

 

Por um lado, contém (alguns d)os símbolos da paixão de Cristo, numa linguagem criativa estilizada, sobre tons de roxo – cor quaresmal e que apela a um tempo de interiorização e penitência – o que nos remete para a morte e padecimento de Jesus, logo, para a Semana Santa.
Mas, por outro lado ainda, também podemos observar o próprio Cristo ressuscitado em ascensão, mas com os sinais da sua paixão e morte inscritos no seu corpo. Cristo vence a morte, mas não ignora a dor e o sofrimento.

 

Este cartaz pretende mostrar, por isso, o fundamento da esperança cristã: Cristo Ressuscitou! É na certeza de que Ele ressuscitou que se apoia a Esperança.

 

Exemplo disso é o encontro que nos aparece em Marcos 5, 25-34, onde uma mulher, buscando cura para a sua doença, num derradeiro gesto de desespero, mas de profunda esperança e fé, acredita que, tocando apenas a fímbria do Seu manto, ficará curada.

 

A celebração da Quaresma e Semana Santa é, também ela, um convite à esperança, a partir da sua Fonte: a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

 

As Comemorações da Quaresma e Semana Santa são também um misto de tradições multiseculares e também de inovação, na fidelidade a essa mesma tradição, geradora de uma identidade cultural muito própria.

 

O tom de esperança e de permanente novidade que a Quaresma e Semana Santa imprime na nossa cultura está sublinhado pela apresentação da obra “Passio” de Arvo Pärt. Trata-se de uma das primeiras obras terminadas por Arvo Pärt, depois de abandonar a URSS, “Passio”, com base no “Evangelho Segundo São João”, e é uma das liturgias corais mais aclamadas dos últimos 50 anos. É também um dos maiores exemplos da nova música minimal-espiritual, e foi escrita pelo compositor de Música Sacra de referência no séc. XXI, primeiro não teólogo a receber o Prémio Ratzinger de Teologia.

 

Por seu turno, o Concerto de Pascoela, este ano, foi confiado ao grupo bracarense Portuguese Brass, para que, musicalmente, se afirme o valor e impacto da Ressurreição, o que não seria tão bem conseguido se terminássemos a nossa oferta cultural na Semana Santa.
Aliás, a Alegria e a força da Ressurreição são este ano destacados de modo diferente, pelo ênfase que damos aos Compassos Pascais na Cidade de Braga. Embora seja uma celebração mais familiar, não deixa de ser algo de muito típico da nossa Cidade, cheio de significado e valores espirituais e religiosos, que importa realçar.

 

O acontecimento da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo tem sido, ao longo dos séculos, abordado por diferentes perspetivas artísticas, realçando o melhor que cada pessoa é capaz de colocar na sua arte. Este ano, permiti que vos destaque, no dia 21 de março, a apresentação da Via-Sacra, pelos utentes e colaboradores do Centro de Apoio e Reabilitação para Pessoas com Deficiência, (CARPD-Touguinha), da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde.

 

Não podemos deixar de referir que a Quaresma e Semana Santa, sendo um acontecimento de origem religiosa, gera inúmeras sinergias na Cidade e na região que atualmente ultrapassa, e muito, esta circunscrição. É o reconhecimento do papel que a fé cristã tem na construção da nossa identidade cultural, muito para além de credos e crenças. É dentro deste quadro que nos situamos ao falarmos da Semana Santa em Braga como um acontecimento religioso, que tem implicações nos diversos setores da nossa sociedade. É esta a razão pela qual estamos a incrementar, paulatinamente, uma maior envolvência de diversos parceiros e públicos na realização da Semana Santa. Quando se fala em pedidos de apoio, a nossa mente pode ir, logo, para os apoios económicos. Claro que isso é importante – diria mais, imprescindível. Mas há outro valor que importa considerar e potenciar: a envolvência que cada bracarense e que cada instituição da cidade pode ou quer ter com a Semana Santa, que é nossa. Sem esta participação, não poderemos manter a qualidade daquilo que é o mais típico e mais apreciado: as procissões e celebrações religiosas.

 

Gostava de fazer um último anúncio, de algo que reportamos como de grande importância: o Prémio de Investigação Cónego Jorge Coutinho, instituído pela Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga. Estamos conscientes de que a investigação académica ajuda à sua melhor compreensão e, por isso mesmo, a dignificar a nossa Semana Santa. Este prémio será bienal, com a primeira edição no final deste ano civil.

 

Termino com uma palavra de agradecimento a todos aqueles que colaboram com a Semana Santa de Braga, apoiando economicamente, oferecendo voluntariado, e também ornamentando as suas casas e estabelecimentos de acordo com a quadra que iremos viver.”

 

Outras notícias:

CM Braga

Diário do Minho

BragaTV

Correio da Manhã

 

 

Compasso Pascal

O dia da Páscoa da Ressurreição é vivido no norte de Portugal, e particularmente em Braga, inspirado numa multissecular tradição, que lhe confere um sentido destivo e celebrativo ímpar.

 

Desde os primórdios, a Igreja promoveu a Bênção das Casas, em dias diferenciados segundo cada época e cada região, mas privilegiando o tempo pascal, numa referência à primeira Páscoa, e à providência de Deus assinalada nas soleiras do Egito.

 

Mais tarde, em plena Idade Média, esta forma ritual de bênção torna-se mais solene. A dimensão geográfica das paróquias e a suficiência de clérigos, permitia colocar a visitação e a bênção de todos os lares no próprio dia de Páscoa. Tomou, por isso, o nome de Visita ou Compasso Pascal.

 

Em nossos dias, e pela estreita relação do único mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, celebrando ao longo do Tríduo Pascal, o grupo visitador é presidido pelo pároco (ou alguém por si delegado) e constituído por alguns membros da comunidade paroquial. Conservando o rito de bênção das casas, inclui também um momento de oração comunitária e familiar, e termina como o ósculo da Santa Cruz, ou outro sinal de adoração.

 

Depois de, como os primeiros discípulos, anunciarem aos irmãos que o Senhor ressuscitou verdadeiramente e vive para sempre, o dia termina reunindo todos os grupos visitadores em solene e festiva procissão.

 

 

Indica-se em seguida o programa da visita pascal das paróquias do centro da cidade:

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa  |  Santo Adrião

8h00 Início da VISITA PASCAL com a Eucaristia às 8h00 da manhã. Termina a visita pascal pelas 13h00. Às 18h00, procissão desde a capela de Santo Adrião, integrando os 22 grupos da visita pascal, até à Igreja paroquial, onde é celebrada a Eucaristia de encerramento de Compasso.

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa | São Lázaro

8h00 Celebração da EUCARISTIA às 8h00 e 17h30. O Compasso Pascal, composto por 26 grupos, visita as famílias com início às 9h00 e conclusão às 13h00.

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa | São Vicente

9h00 A VISITA PASCAL inicia às 9h00 e termina às 14h00. Às 18h30 inicia a Procissão das Cruzes, desde o largo dos Penedos até à Igreja de São Vicente, onde é celebrada eucaristia às 19h00.

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa | Sé/São João Souto/Cividade

8h30 EUCARISTIA às 8h30 com particiação de todos os grupos de Visita Pascal. Às 9h30 saída de todos os grupos em visita pascal pelo centro Histórico.

11h00 VISITA PASCAL à Câmara Municipal.

11h30 EUCARISTIA presidida por Sua ex.cia Rev.ma o Senhor Arcebispo Primaz.

18h00 EUCARISTIA

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa | Maximinos

8h00 Na paróquia de Maximinos, a VISITA PASCAL faz-se de manhã. Começa com a Eucaristia às 8h00. Pelas 9h00, saída do Compasso Pascal que se prolonga até Às 13h30. Eucaristia pelas 19h00.

 

 

1 de abril  |  Domingo de Páscoa | São Vitor

9h00 A VISITA PASCAL incia às 9h00 com saída dos Compassos Pascais (26 grupos), desde a Igreja Paroquial. Por volta das 19h00 reúnem-se na Rua Elísio de Moura (junto da Farmácia Pimentel), de onde se dirigem, em solene procissão, para a Igreja Paroquial, concluindo com a celebração da Eucaristia.

 

 

2 de abril  |  Segunda-feira de Páscoa | Sé/São João Souto/Cividade

9h00 Pelas 9h00, saída da Sé Catedral de 4 grupos de VISITA PASCAL acompanhados por Banda de Música. Às 9h30 Eucaristia na capela de Nosso Senhor das Ânsias, seguida de Visita PAscal.

20h00 SUBIDA DA RUA DA BOAVISTA (CÓNEGA), em cortejo, dos quatro grupos de Visita PAscal, seguidos pelo povo, rumo à Catedral, onde há um tempo de adoração do Santíssimo e Bênção

Visita guiada ao centro histórico

25 de março a 31 de março, 17h00  |  Posto de Turismo de Braga

Visita guiada ao centro histórico, dedicada à história da cidade de Braga e da sua Semana Santa.

 

Local de encontro: Posto de Turismo, Av. da Liberdade, 1
Todos os dias entre 25 a 31 de março
Horário de saída: 17h
Tem custo associado
Google Maps

 

– Iniciativa do Free Walking Tour Braga –

Missa Solene do Domingo de Páscoa

1 de abril, domingo de Páscoa, 11h30  |  Sé Catedral

Todo o Domingo é um dia pascal, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão das semanas, o primeiro dia do mundo novo inaugurado com a Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o paradigma de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: ― «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério.

 

Visita Pascal

É um costume muito enraizado no norte de Portugal, este de, no Domingo de Páscoa, um grupo de pessoas («Compasso»), sempre que possível presidido por um sacerdote, com trajes festivos e partindo da respectiva igreja paroquial, se dirigir com a Cruz enfeitada aos lares cristãos a anunciar a Ressurreição de Cristo e a abençoar as suas casas. Soam campainhas em sinal de júbilo, fazem-se tapetes de flores pelas ruas e caminhos, estrelejam foguetes no ar. Entrando em cada casa, estabelece-se um pequeno diálogo celebrativo. Dá-se depois a Cruz a beijar a todos os presentes.

 

Visita Pascal aos Paços do Concelho

No âmbito da Cidade de Braga, esta visita é revestida de um significado especial.