Quaresma «TESTEMUNHOS» / Manuel Pereira

O Diário do Minho, em colaboração com a Comissão da Semana Santa de Braga, inicia hoje a publicação de uma série de testemunhos de figurantes sobre a sua participação nas procissões. O objetivo é envolver a comunidade bracarense nos eventos previstos no programa.

 

Manuel Pereira acompanha as procissões da Semana Santa desde há aproximadamente 40 anos. Confessa-se um católico «fervoroso». «Desde que vim para Braga, já lá vão 40 anos, venho a todas as procissões da Semana Santa», afirma, com orgulho.

 

Manuel Pereira, 70 anos de idade, aposentado, não entra nestes cortejos religiosos como figurado, mas é como se isso acontecesse, pois diz que quando segue as procissões tem o seu pensamento focado em figuras bíblicas.

 

A residir em Maximinos, este cristão «fervoroso», natural de Resende, tem participado nas procissões acompanhado de um dos filhos, portador de deficiência, que faz questão de assistir aos cortejos religiosos que procuram representar a Paixão e Morte de Jesus Cristo.

 

«À noite já me custa vir, mas venho por ele. Ficamos à beira do quartel dos Bombeiros que nos emprestam uma cadeira», refere. Por vezes, conta ainda com a companhia de uma filha e de uma neta.

 

E o que leva verdadeiramente Manuel a viver as solenidades da Semana Santa? «É a fé. A fé move montanhas! Gosto muito de ouvir relatar o sofrimento do Senhor. Ele aguentou por nós e nós não aguentamos nada por Ele. Viu-se sozinho para se defender até chegar ao Calvário aonde foi crucificado para nossa salvação», afirma.

 

O Sermão do Encontro é um dos momentos que mais aprecia. «Adoro ouvir este sermão porque emociona, só não toca a quem não acompanha a realidade», acrescenta.

 

A Trasladação da imagem do Senhor dos Passos e Via -Sacra, na véspera de Domingo de Ramos, as procissões de Ramos e dos Passos, o cortejo bílico “Vós Sereis o Meu Povo”, e as procissões do “Ecce Homo” e do Enterro do Senhor” são celebrações que Manuel Pereira nunca perde.

 

Todos os anos no Domingo de Ramos faz também questão de levar um raminho de oliveira benzido para casa. Por trás deste hábito há uma crença antiga: «Os meus pais diziam-me sempre que é bom ter em casa um ramo de oliveira benzindo por causa das trovoadas».

 

Na opinião deste septuagenário, as procissões da Semana Santa «têm melhorado» ao longo dos tempos, sobretudo em termos de organização e apresentação. Contudo, nota que, por vezes, era necessário «mais respeito» durante a passagem destes cortejos.

[Fonte: Diário do Minho]

Quaresma «TESTEMUNHOS» / João Salvador

O Diário do Minho, em colaboração com a Comissão da Semana Santa de Braga, inicia hoje a publicação de uma série de testemunhos de figurantes sobre a sua participação nas procissões. O objetivo é envolver a comunidade bracarense nos eventos previstos no programa.

 

Apesar de contar apenas 13 anos, João Salvador não é um novato nas procissões da Semana Santa de Braga. Este adolescente bracararense participa nestes cortejos religiosos da Semana Santa há uma década. «Comecei com três anos e, a partir daí, continuei sempre a entrar nas procissões», refere.

 

João Salvador já integrou as procissões de Ramos, dos Passos, do Ecce Homo (Quinta-feira Santa) e do Enterro do Senhor (Sexta-feira Santa) e confessa que tem particular preferência por estas duas últimas pelo seu simbolismo e também por se realizarem à noite.

 

Nos primeiros anos representava a figura de príncipe, depois passou a fazer de judeu. Agora participa integrado no agrupamento de Escuteiros.

 

João aprecia «bastante» o ambiente que se vive nas procissões e já antes de as integrar acompanhava estes cortejos religiosos, a partir da janela de casa.

 

A tradição e o respeito ao avô são dois factores que o levam todos os anos a viver estas manifestações de fé, que atraem à cidade de Braga na Semana Maior milhares de pessoas vinda de vários pontos do país e também do estrangeiro.

 

João mora na freguesia da Sé e diz que quase toda a gente desta parte da cidade de Braga acompanha as procissões que antecedem a Páscoa.

 

Alguns dos seus amigos também apreciam os cortejos religiosos da Semana Santa, os quais, realça, têm vindo a «evoluir pela positiva».

 

«A organização está melhor, há mais cuidado. Muitas vezes metiam-se os figurados à ultima hora, um pouco à sorte, agora é dado um número a cada um e é mais fácil de organizar», considera.
João realça ainda as melhorias introduzidas nas procissões nos últimos anos como, por exemplo, o novo andor da Irmandade de Santa Cruz, o ano passado.

 

Quanto ao público que acompanha as procissões, João Salvador afirma que também neste aspeto tem havido uma evolução positiva, nomeadamente de comportamento. «Já não se houve tanto barulho, nem vemos as pessoas a falar umas com as outras. Também já não se vê as pessoas a atravessar as procissões, há mais respeito», sintetiza.

 

 

 

[Fonte: Diário do Minho]

Quando Fé significa Cultura e Economia

As solenidades da Semana Santa de Braga afirmam-se hodiernamente como um momento determinante da vida coletiva bracarense. É um facto que a memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo já seria anualmente replicada, de formas mais ou menos clarividentes, desde que o Cristianismo se enraizou na cidade. No entanto, a afirmação como principal produto turístico, ou seja, gerador de um impacto económico assinalável, é conquista recente e observou um percurso iniciado em 1933. Apesar de se tratar de um conjunto de práticas e manifestações de âmbito religioso, os seus atores não se cingem a esse universo, mas abordam todos os setores da sociedade. Quando a Fé significa Cultura e Economia, aquela muralha edificada após a revolução francesa é assolada e o contributo que a Igreja oferece à sociedade laica e livre evidencia-se.

 


Renovar os horizontes de cultura

A relação da Igreja com a Cultura foi um dos principais debates da terceira sessão do Concílio Vaticano II. De que forma poderia a Igreja quebrar ou limitar a linha imaginária que as sociedades deixaram adensar-se entre o que consideram ser de natureza religiosa e, por conseguinte, de âmbito privado, e aquilo que é efetivamente público? Esta barreira em alguns contextos tinha-se tornado impeditiva da presença e ação da Igreja Católica, fomentando o divórcio inaugurado na era das luzes.

 

As orientações conciliares foram sinónimo de uma nova atitude perante a sociedade, com efeitos aferíveis até aos nossos dias. O Conselho Pontifício para a Cultura, estrutura criada em 1982 precisamente com o objetivo de fomentar este diálogo, haveria de emanar um documento intitulado “Para uma Pastoral da Cultura” no qual se procura orientar a relação da Igreja com os setores da sociedade onde é mais evidente esta afinidade. No entender do citado manifesto, a cultura «é tão natural ao homem, que a sua natureza não tem nenhum aspecto que não se manifeste na sua cultura» . Este entendimento alargado do conceito de cultura, obviamente que integra a dimensão religiosa, presente num incomensurável rol de ações promovidas pelo ser humano.

 

O Património Cultural, imóvel, móvel e imaterial, é um dos âmbitos mais óbvios onde a Igreja se cruza com as comunidades humanas. Na cidade de Braga, além da sua fisionomia, marcada pelas edificações monumentais que a Igreja foi legando ao longo das eras, também as práticas e manifestações comunitárias são dominadas por esta vinculação histórica. Neste aspeto, a Semana Santa é o mais visível traço intangível que perpassou para o quotidiano da comunidade bracarense.

 

Neste âmbito, entende-se que a religião «é também memória e tradição, e a piedade popular continua a ser uma das maiores expressões de uma inculturação da fé», pois nela se harmonizam «a fé e a liturgia, o sentimento e as artes, e se fortalece a consciência de sua própria identidade nas tradições locais» . No mesmo documento se refere que, no âmbito do desenvolvimento do tempo livre e do turismo religioso, algumas iniciativas permitem «salvaguardar, restaurar e valorizar o património cultural religioso existente» . A Semana Santa de Braga foi-se afirmando como um dos mais imediatos exemplos desta necessária vinculação entre a Fé e a Cultura.

 

Primeiros indícios de mobilização

Não se pense, no entanto, que a mobilização de pessoas promovida no âmbito da Semana Santa de Braga tem o seu advento apenas quando se começou a pensar este conjunto de ações em termos turísticos. Bem antes de 1933 já as principais procissões que hoje integram o programa da Semana Santa apresentavam uma crescente capacidade de atração de “forasteiros”.

 

Recordemos a sexta-feira Santa de 1803 quando, por ocasião da representação do auto do Descimento da Cruz, que episodicamente era organizado pela Irmandade de Santa Cruz, se juntou uma imensa multidão na atual Avenida Central. Segundo um testemunho coevo, «comcorreo aqui muita gente de fora de longe, e famílias nobres, e se emcheo todo o dito Campo e janellas de gente», julgando-se «serem mais de quarenta mil pessoas» . Segundo o mesmo testemunho, chegaram a ser requisitados «soldados de Vianna para sentinelas».

 

Também a Procissão dos Passos, que não se realizava ainda enquadrada com a Semana Santa, mas no antigo domingo da Paixão, arrastava «milhares de pessoas» vindas «das aldeias circunvizinhas, e do Porto» . Segundo um periódico da época, trata-se mesmo do «mais apparatoso e sentimental que aqui se faz» . Esta popularidade devia-se também ao desfile de penitentes e disciplinantes que, até 1876, costumavam acompanhar aos milhares esta procissão. O grotesco espetáculo de sangue e sofrimento sobrepunha-se, muitas vezes, à dimensão sagrada que era sublinhada nos cerimoniais organizados na cidade de Braga.

 

Também a Procissão do Senhor Ecce Homo detinha um peculiar aliciante, que a tornou alvo de deslocações de pessoas, particularmente na primeira metade do século XIX. A ronda dos “fogaréus”, hoje denominados de farricocos, criava um ambiente de devassa pública, com acusações e incriminações dirigidas às pessoas que assistiam, responsável por uma especial mobilização.

 

 

O Ano Santo de 1933: mudança de paradigma

Foi efetivamente no ano de 1933 que o paradigma da Semana Santa de Braga começou a alterar-se. Nesse ano, o Papa Pio XI convocou um Jubileu extraordinário para comemorar os 1900 anos da morte de Cristo. Conhecido como Ano Santo da Redenção, este jubileu decorreria entre o Domingo de Ramos de 1933 e a Páscoa do ano seguinte. Acabado de assumir a missão de Arcebispo Primaz, D. António Bento Martins Júnior pretendeu assinalar de forma impactante a abertura deste especial momento, que sucederia na Semana Santa desse ano.

 

O espírito de iniciativa do prelado haveria de conduzi-lo à criação da primeira Comissão da Semana Santa de Braga. No dia 25 de março desse ano realizar-se-ia a primeira reunião desta comissão, na qual foram estudadas “as providências necessárias para garantir a completa e perfeita execução do programa das solenidades” . Este grupo era constituído pelos cónegos Novais e Sousa e Manuel de Aguiar Barreiros, o Arcipreste de Braga juntamente com os Párocos da Cidade, os mestres-de-cerimónias Padre Miranda Oliveira e Padre Gomes de Almeida, os mestres de música sacra Padre Domingos Correia e Padre Alberto Braz, os capelães de Santa Cruz e da Misericórdia, e ainda os diretores do Colégio dos Órfãos e da Oficina de S. José . Tratou-se de um momento relevante no percurso histórico da Semana Santa de Braga.

 

Esta comissão, além de unificar a programação levada a efeito no âmbito da Semana Santa de Braga, propôs-se integrar uma nova procissão no programa das solenidades, que seria o resultado visível deste labor coletivo. A Procissão do Enterro do Senhor, prática que se popularizara em muitas localidades portuguesas e que curiosamente já se realizara na cidade de Braga – embora sem regularidade – nos séculos XVII e XVIII, seria organizada na noite de Sexta-feira Santa. Foi tão pródigo o seu arranque que rapidamente se tornou no cerimonial mais participado das solenidades.
Além da Procissão do Enterro do Senhor, no qual tomavam parte as entidades chamadas à comissão, foi editado e compilado, pela primeira vez, um único programa da Semana Santa, integrando-se as ações realizadas pelo Cabido na Sé Primaz, as procissões e outras práticas devocionais promovidas pelas Irmandades de Santa Cruz e da Misericórdia, bem como a Festa de Nossa Senhora das Dores nos Congregados, entre outras iniciativas. No ano seguinte a Procissão dos Passos deslocar-se-ia do quinto Domingo da Quaresma para o Domingo de Ramos, assim se mantendo até aos nossos dias. A formalização de uma Comissão da Semana Santa veio fomentar um trabalho coordenado que consolidou e inaugurou dinâmicas, além de possibilitar a afirmação e mediatização do evento.

 

 

Anos mais tarde, o Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo haveria de olhar para a Semana Santa de Braga como um momento fulcral para a estratégia turística da cidade, onde há várias décadas prontificava apenas as Festas de São João. Os cartazes de 1950 e 1965 foram idealizados por esta estrutura estatal e em 1960 a Procissão da Senhora das Angústias passaria a integrar o programa na noite de sábado Santo, na sequência de uma série de reuniões mantidas com a edilidade. 

 

Uma programação suplementar

Se os principais cerimoniais eminentemente religiosos detinham, por via do seu enraizamento comunitário, uma vitalidade assinalável, foi sendo criado o imperativo de oferecer um programa complementar de âmbito cultural. Logo no ano de arranque da Comissão da Semana Santa, em 1933, às cerimónias religiosas acresceria um “sarau de arte” executado pelo Orfeão Lusitano, sob direção artística de Afonso Valentim, traria ao palco do Theatro Circo na noite de Sábado Santo a peça “La agonia del Redentore”. Além disso, um concurso das capelas dos Passos tentaria mobilizar os habitantes de Braga para a ornamentação e ações de culto junto a cada um dos sete altares existentes no casco urbano. Nas décadas seguintes esta programação suplementar seria incrementada. Conferências, exposições, concertos, concursos e encenações obteriam um lugar na programação anunciada.

 

Os concertos ainda hoje ocupam um lugar fundamental na programação. O Theatro Circo chegou a ser palco para alguns deles, mas também a Igreja do Seminário e o Salão Medieval chegaram a deter espaço na programação. Inesquecível foi o concerto de música sacra preparado afincadamente pelo Padre Manuel Faria em 1949, no entanto até os monges de Singeverga chegaram a atuar no âmbito das solenidades bracarenses em 1947. A Sé Primaz é o palco inevitável de alguns dos concertos anualmente apresentados, secundado pelos templos das Irmandades de Santa Cruz e Misericórdia e, ainda, S. Victor, que tem desenvolvido um significativo conjunto de ações culturais relacionadas com a Procissão da Burrinha.

 

O Salão Recreativo Bracarense, depois Cinema São Geraldo, também chegou a ser palco de conferência e sessões de cinema com temática hagiográfica, como aquela de 1934 em que o Padre Magalhães Costa abordaria o Santo Sudário. Paulo Durão, José Pereira Borges, José de Almeida Correia, D. António Coelho e até Vitorino Nemésio orientaram algumas das conferências que costumavam suceder na segunda ou terça-feira santa.

 

No âmbito eminentemente cultural também o cinema foi ocupando espaço. Em 1952 o Theatro Circo acolheria o filme “A vida de Santa Margarida de Cortona” e em 1955 “A Paixão segundo S. Mateus”. Foram, no entanto, as exposições um dos âmbitos que crescentemente almejou dimensão, sendo hoje um dos aspetos mais sublinhados da programação paralela às procissões. Artes plásticas, mostras histórico-documentais, fotografia ou arte sacra são as versões mais recorrentes.

 

A popularização dos atos que compõem o programa das solenidades da Semana Santa é evidentemente dominado pelas procissões, os momentos mais esperados e que apresentam o mais significativo índice de atratividade. No entanto, os atos culturais – apesar de considerarmos que as procissões também são ações de âmbito cultural – afirmam-se como um suplemento de enorme valia para uma vivência mais plena deste especial momento da comunidade bracarense.

 

 


Rui Ferreira, 22 de março de 2018

 

 

[Fonte: Suplemento “Igreja Viva”, 22/03/2018, Diário do Minho]

Alteração do percurso das Procissões em Braga e outras novidades

A Comissão da Semana Santa de Braga informa que três das procissões deste ano sofrem alterações ao percurso. De facto, à exceção do Cortejo Bíblico “Vós sereis o Meu povo” (procissão da “burrinha”) – que mantém o mesmo exato percurso dos anos anteriores – a Procissão dos Passos, a Procissão do «Ecce Homo» e a Procissão do Enterro sofrem uma alteração em parte do percurso. No caso da primeira, à subida da Rua D. Diogo de Sousa, em frente da igreja da Misericórdia, a procissão vira à esquerda, para a Rua da Misericórdia, passa em frente da Biblioteca Pública, vira à direita para a Rua Eça de Queirós (ladeando o Jardim de Santa Bárbara), vira à direita novamente para a Rua Dr. Justino Cruz e, no final desta, vira à esquerda para a Rua do Souto, retomando o habitual trajeto.

 

As restantes procissões (Ecce Homo e Enterro), são alvo da mesma alteração, mas em sentido inverso. Em resumo, são os seguintes os trajetos de cada uma destas procissões:

 

Itinerário da Procissão dos Passos
Segue o itinerário dos «Passos» ou «Calvários»: igreja do Seminário > Largo de Paulo Orósio > Rua do Alcaide > Campo de Santiago > Rua do Anjo > Largo Carlos Amarante (contornando-o) > SERMÃO DO ENCONTRO > Largo de S. João do Souto > Rua D. Afonso Henriques > Rua D. Gonçalo Pereira > Rua D. Paio Mendes > Av. S. Miguel-o-Anjo > Arco da Porta Nova > Rua D. Diogo de Sousa > Rua da Misericórdia > Rua Eça de Queirós > Rua Dr. Justino Cruz > Rua do Souto > Largo do Barão de S. Martinho e Rua de S. Marcos, recolhendo à igreja de Santa Cruz.

 

Itinerário da Procissão do Senhor «Ecce Homo»
Igreja da Misericórdia > Rua D. Diogo de Sousa > Arco da Porta Nova > Av. S. Miguel-o-Anjo > Rua D. Paio Mendes > Rua D. Gonçalo Pereira > Largo de S. Paulo > Largo de Paulo Orósio > Rua do Alcaide > Campo de Santiago > Rua do Anjo > Rua de S. Marcos > Largo Barão de S. Martinho > Rua do Souto > Rua Dr. Justino Cruz > Rua Eça de Queirós > Praça Municipal > Rua da Misericórdia > e recolhe à Igreja da Misericórdia.

 

Itinerário da Procissão do Enterro
Sé Catedral > Rua D. Gonçalo Pereira > Largo de S. Paulo > Largo de Paulo Orósio > Rua do Alcaide > Campo de Santiago > Rua do Anjo > Rua de S. Marcos > Largo Barão de S. Martinho > Rua do Souto > Rua Dr. Justino Cruz > Rua Eça de Queirós > Praça Municipal > Rua da Misericórdia > Rua D. Diogo de Sousa > Arco da Porta Nova > Av. S. Miguel-o-Anjo > Rua D. Paio Mendes e recolhe à Sé Catedral.

 

A necessidade de alteração do percurso destas procissões prende-se com razões de segurança (excesso de pessoas no desaguar da procissão do «Ecce Homo»), e para estender o percurso, dada a cada vez maior afluência de pessoas que assistem às procissões.

 

Um aviso e duas novidades

 

A Comissão informa ainda que, aliás a exemplo do ano transato, vai criar um espaço destinado exclusivamente a pessoas com mobilidade reduzida, e em geral a pessoas idosas, no Largo Paulo Orósio, mesmo em frente dos Bombeiros Voluntários, para estas pessoas poderem assistir mais confortavelmente à passagem das procissões.

 

Este ano, e retomando uma tradição da década de trinta do século passado, na sexta-feira Santa, e em todo o percurso da Procissão do Enterro, a iluminação pública será velada com véus pretos, ajudando a criar uma atmosfera de acordo com a solenidade da procissão.

 

Por último, informa ainda que alguns dos mais emblemáticos edifícios da cidade estarão iluminados na cor roxa, cor que está ligada ao imaginário da quadra que atravessamos, e que pretende criar toda uma atmosfera de envolvimento na quadra que se atravessa.

Semana Santa inaugura exposição e lança concurso de fotografia

Decorreu hoje, dia 16 de março, pelas 15h, na Fonte do Ídolo, Braga, a inauguração da exposição de fotografia dos trabalhos premiados na edição anterior do concurso “A Semana Santa de Braga”.

 

A exposição está patente até ao próximo dia 5 de abril, de segunda a sexta, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30, e aos sábados, das 11h às 17h30. A entrada é livre.

 

“De facto, as cerimónias da Semana Santa são sempre as mesmas, mas esta exposição tem a particularidade de permitir, graças à arte e ao engenho dos concorrentes premiados, ensaiar novos olhares, que acabam por dar detalhes da Semana Santa, que passavem despercebidos”, disse o cónego Luís Miguel Rodrigues, presidente da Comissão da Quaresma e Solenidadades da Semana Santa de Braga.

 

Na mesma ocasião, foi anunciado o lançamento da 10ª edição desta iniciativa, inserida no programa cultural da Semana Santa de Braga.

 

Sobre a iniciativa
A Comissão da Semana Santa promove anualmente o Concurso de Fotografia subordinado ao tema “A Semana Santa de Braga”. Este tem como objectivo sensibilizar todos os amantes da fotografia para o tema em particular, e em geral para esta época tão especial da cidade de Braga, bem assim como estimular e difundir a criatividade na arte da fotografia.

 

Um outro objectivo da Comissão é promover um “banco de imagens”, guardando, para memória futura, algumas das melhores imagens de cada ano.

 

Eeste evento, que se foi afirmando, ao longo de 9 edições, pela qualidade, credibilidade, e dimensão, é já um dos eventos mais aguardados do habitual programa cultural da Semana Santa de Braga.

 

 

 

Sobre a edição deste ano
O Concurso de Fotografia cumpre este ano dez anos de existência.

 

A Comissão referiu alguns números que, embora não esgotem tudo quanto se possa dizer sobre a iniciativa ao longos dos anos, são avançados em jeito de balanço, porque interessantes e relevantes:

 

— Valor dos prémios atribuídos aos longo das várias edições (incluindo este ano): 20.000 €. Este valor não inclui os custos de organização, que rondam número idêntico.

— O número total de concorrentes ultrapassa os 900.

— E o número de fotos recebidas a concurso ultrapassam as 6.000.

 

Os interessados em participar, devem proceder a inscrição prévia (limitado a 250 concorrentes!). Esta, decorre de 22 de março a 4 de abril. Para submeter as fotografias a concurso, há um prazo também definido: de 6 a 11 de abril. Ambas as inscrições têm que ser realizadas em formulário próprio, dentro dos respetivos prazos, disponível para o efeito no site oficial www.semanasantabraga.com.

 

Como habitual, a iniciativa conta com o patrocínio exclusivo da prestigiada marca Canon, reconhecidamente ligada ao mundo da fotografia. O jornal Diário do Minho é, desde alguns anos, media partner. O Concurso conta ainda com o apoio da entidade regional de turismo Porto e Norte de Portugal e da loja FNAC de Braga.

 

Os prémios, como vem sendo hábito, são muito aliciantes:

1º prémio: EOS 77D C/ 18-135 IS Pack, no valor de 1.249 €
2º prémio: EOS M50 BLK 15-45 IS STM, no valor de 749 €
3º prémio: EOS 2000D 18-55 IS II, no valor de 539 €

 

As menções honrosas e os primeiros prémios recebem uma assinatura digital do Diário do Minho.

 

Este ano, todo os concorrentes terão, a pedido, direito a diploma de participação.

 

O Regulamento e outras informações estão disponíveis no site oficial.

 

O membro da Comissão presente na inauguração, Abel Rocha, deixa por último um apelo a todos os amantes da fotografia para fazerem desta décima edição, em que se cumpre o décimo aniversário, a melhor edição de sempre.

 

Regulamento e mais informações sobre a iniciativa, aqui.

Quaresma «TESTEMUNHOS» / Lúcia Simões

O Diário do Minho, em colaboração com a Comissão da Semana Santa de Braga, inicia hoje a publicação de uma série de testemunhos de figurantes sobre a sua participação nas procissões. O objetivo é envolver a comunidade bracarense nos eventos previstos no programa.

 

Lúcia Simões, natural da freguesia de S. Victor, participa há cerca de 15 anos no cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo”, que sai à rua no dia 28 de março.

 

«Participo quase desde o início», realça, orgulhosa, Lúcia, que integra o quadro principal do cortejo, a Fuga da Senhora para o Egito, onde a figura de Maria é carregada por uma burrinha.
Aos 46 anos, salienta que é um «grande privilégio e prazer» incorporar esta procissão onde segura um archote pequeno e que considera uma «verdadeira lição de catequese ao vivo».

 

A morar em S. Victor, Lúcia Simões é funcionária do Centro Social da Paróquia de S. Victor e todos os anos nota um guarda-roupa mais rico e diversificado.  «Há um quadro ou outro que em cada ano é preciso reforçar, fazendo outras vestes, porque cada vez há mais pessoas a participar», refere.

 


«É um privilégio entrar neste cortejo»

Segundo Lúcia Simões, os figurados do cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo” partilham do mesmo espírito e os mais antigos procuram integrar da «melhor forma» os voluntários que chegam pela primeira vez.

 

«As pessoas nesse dia estão sorridentes, alegres e com entusiasmo. Além de ser um convívio entre nós, há pessoas que só vemos de ano a ano, por altura da procissão, e é um grande prazer reencontrá-las», descreve.

 

Outro aspeto importante que marca este cortejo é a crença e a fé, e a vontade de transmitir esse sentimento através desta catequese ao vivo. No entender de Lúcia, mãe de dois filhos, as pessoas que se concentram nas ruas, entre a freguesia de S. Victor e o centro da cidade, para ver a procissão têm demonstrado respeito por esta encenação na quarta-feira da Semana Santa, e já não se houve tanto ruído de fundo nem agitação.

 

«Houve anos em que notámos comportamentos menos apropriados, mas ultimamente sente-se que há respeito, as pessoas que vão ver a procissão respeitam cada vez mais esta representação religiosa», acrescenta.

 

Com 22 quadros bíblicos, o cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo” conta este ano com cerca de 1000 figurados provenientes de Braga e de outras localidades em redor, bem como de cidades mais distantes como, por exemplo, Lisboa e Porto.

 

[Fonte: Diário do Minho]

Escultura da Burrinha assinala 20 anos de retoma da procissão

Para assinalar os 20 anos de retoma da Procissão da Burrinha, vai ser erguida, em 2019, uma escultura no Largo da Senhora a Branca. Pombinha é o nome da burrinha da procissão deste ano

 

A Procissão da Burrinha corre sobras rodas. A afirmação feita ontem pelo pároco de S. Victor, Sérgio Torres, na apresentação da da Procissão da Burrinha – Vós Sereis o meu povo que este ano apresenta um cartaz sui generis, desenhado pelo escritor e ilustrador Pedro Seromenho, que idealizou as figuras de Nossa Senhora com o Menino ao colo, S. José e a burrinha com um manto colorido e sobre rodas. Trata-se de um cartaz que apela ao imaginário infantil e que, segundo Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, visa precisamente fazer chegar a mensagem ao público infanto-juvenil.

 

Na conferência de imprensa de apresentação da procissão, que este ano assinala 20 anos da retoma da burrinha, o padre reforçou o compromisso de um forte empenho da comissão em valorizar, cada vez mais, esta procissão, e tudo o que é o património de uma comunidade que se estende a toda a cidade e de uma forma muito particular da Semana Santa em Braga, realçando a multidão que todos anos acompanham as procissões da Semana Santa.
Por sua vez, Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, salientou o facto de esta apresentação decorrer no Dia da Mulher, lembrando o papel importante da mulher e o quadro número 18 que é o da fuga para o Egipto é centrado na burrinha, mas o tema é o quadro da família, onde Maria assume o papel central.

 

O cortejo bíblico envolve cerca de mil figurantes que vão dar corpo e alma aos 22 quadros que compõem a Procissão da Burrinha que sai à rua no dia 28.

 

Uma das novidades este ano é poder acompanhar a procissão em tempo real, através de uma aplicação, que vai permitir ter um estimativa de quanto tempo a procissão demora a chegar à sua posição da pessoa e saber em tempo real o quadro que está à sua frente.

 

De olhos postos no futuro, Ricardo Silva anunciou uma escultura alusiva à procissão da Burrinha como forma de assinalar o 20.º aniversário de retoma da procissão. Desafiamos o escultor bracarense, Alberto Vieira, para desenhar a escultura, que iremos tentar candidatar ao orçamento participativo do município de Braga, explicou o autarca de S. Victor, assegurando que, com ou sem orçamento participativo, a escultura será erguida, em 2019, no Largo da Senhora a Branca.

 

Na ocasião, a vereadora da Cultura, Lídia Dias, salientou a união de toda a comunidade em tirno deste projecto, que agrega a paróquia e a junta de freguesia, sublinhando o carácter educativo e pedagógico que está sempre presente em todas as acções.

 

O sub-comissário da PSP, António Ochoa, deixou alguns conselhos à população para o dia da procissão, no sentido de reforçar as medidas de auto-protecção e evitar estacionar os automóveis fora do percurso da procissão.

 

Durante a Semana Santa, decorrem visitas guiadas, pelos alunos da Profitecla, às Igrejas de S. Victor e à Capela de Nossa Senhora Guadalupe, num roteiro acessível a todos.

 

[fonte: Correio do Minho]

Avaliação do Impacto Económico da Semana Santa 2017

A Semana Santa de Braga teve, em 2017, um impacto económico de 9,5 milhões de euros. Esta é a principal conclusão de um estudo que a Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga encomendou à Universidade do Minho (UMinho) com o objetivo de saber ao pormenor qual a importância deste período para o dinamismo económico da cidade. O estudo, da autoria de uma equipa da Escola e Economia e Gestão (EEG), liderada por João Cerejeira, esclarece que o impacto económico global estimado, durante este período ascende aos 15 milhões de euros, mas destes apenas 9,5 milhões, são diretamente imputáveis à Semana Santa, depois de deduzido o impacto do turismo em Braga durante uma semana normal na mesma época do ano.

 

A avaliação foi ontem apresentada na Sala Capitular da Sé de Braga, tendo sido revistos, ao pormenor, todos os valores a que se chegou com base em dados primários, obtidos através da aplicação de questionários aos visitantes e aos agentes económicos da cidade durante o período da Semana Santa 2017, complementados com informação sobre o impacto mediático do evento.

 

Durante a apresentação João Cerejeira corroborou, com base no referido estudo, a relevância da cidade de Braga enquanto destino de turismo cultural e religioso. «Nós estimamos um efeito global, somando o efeito na restauração, no comércio, mais o impacto mediático, em torno dos 15 milhões de euros, um contributo para o Produto Interno Bruto (PIB) em torno dos 7 milhões de euros e também um acréscimo das receitas fiscais para o Estado em torno dos dois milhões de euros», afirmou.

 

Segundo o investigador, a atividade turística desta semana foi posteriormente comparada com a atividade realizada em outras semanas habituais da vida turística da cidade, tendo-se chegado
à conclusão que o efeito líquido direto imputável à Semana Santa é de 9,5 milhões de euros.

 

Este último valor representa o efeito sobre o volume de negócios e traduz um impacto direto gerado pelas despesas dos visitantes, de cerca de 2,9 milhões de euros, o qual, somados os impactos indiretos e induzidos, aumenta para 7,5 milhões de euros, considerando o efeito global. O diferencial resulta ainda da consideração de um impacto mediático na ordem dos 2 milhões de euros.

 

«Efetivamente são valores muito interessantes e até comparando com outras semanas santas na Península Ibérica, a Semana Santa de Braga não fica muito atrás das outras cidades, pelo contrário», afirmou João Cerejeira, considerando que «por um lado, traz divisas, e por outro, transforma a vida da cidade, tornando-a muito mais ativa, muito mais cosmopolita».

 

O presidente da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, cónego Luís Miguel Rodrigues, esclareceu que «a Comissão encomendou este estudo com o objetivo de avaliar
e perceber melhor cada componente destas comemorações, qual o seu peso e qual o seu impacto junto da população».

 

«Os resultados são muito favoráveis para nós. Estamos muito agradecidos pelo facto de termos sido capazes de saber prestar este serviço à cidade e à região, sendo este um resultado que nos alegra e também nos responsabiliza», argumenta.

 


Estrangeiros de 30 nacionalidades visitam Braga

O estudo destaca no perfil do visitante o peso dos visitantes estrangeiros (60%), distribuídos por cerca de 30 nacionalidades diferentes, tendo como principais países de origem Espanha (36%) e Brasil e França (6% cada).

 

Destaque ainda para uma significativa proporção de visitantes com idades compreendidas entre os 45 e os 64 anos (45%) e com nível de escolaridade superior (entre 55% nacionais e 73% estrangeiros), que realizam uma despesa média diária de 79 euros.

 

Dos visitantes, 32% são excursionistas, ou seja, não ficam alojados fora da sua residência, e dos turistas 69% pernoitam numa unidade hoteleira, mas apenas 38% numa unidade hoteleira em Braga.

 

João Cerejeira considera, por isso que, havendo dias em que a taxa de ocupação turística dos hotéis ronda os 95%, estes números significam que «há aqui margem de crescimento para a oferta turística em Braga».

 

Semana Santa «é um bom investimento»

O presidente da Comissão da Quaresma, cónego Luís Miguel Rodrigues, considera que cabe às empresas aproveitarem esta margem, uma vez que o que a Comissão pretende com este estudo é «compreender a Semana Santa e fazer com que ela seja participada e vivida da melhor forma».

 

Considera, porém, que estes resultados legitimam o pedido de colaboração que a Comissão tem feito aos empresários e comprovam que «a Semana Santa é, portanto, um bom investimento».

 

 

O estudo completo pode ser baixado aqui

Também está disponível um “Sumário Executivo” aqui.

Quaresma «TESTEMUNHOS» / Juliana Machado

O Diário do Minho, em colaboração com a Comissão da Semana Santa de Braga, inicia hoje a publicação de uma série de testemunhos de figurantes sobre a sua participação nas procissões. O objetivo é envolver a comunidade bracarense nos eventos previstos no programa.

 

Juliana Machado participa em procissões da Semana Santa de Braga como figurado há cerca de dez anos. Ora entra na procissão do Enterro do Senhor, na Sexta-feira Santa, organizada pelo Cabido da Catedral, Irmandades da Misericórdia e de Santa Cruz e Comissão da Semana Santa, ora no cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo”, organizada, desde 1998, pela Paróquia e pela Junta de Freguesia de S. Victor. Para esta última procissão costuma levar os filhos, António e Constança.

 

O seu contributo não se cinge a uma única personagem ou quadro. «Normalmente, quando vou fazer a reserva do meu lugar na procissão é o que está livre, não tenho preferência por alguma personagem, porque a minha intenção é participar», adianta.

 

A presença de Juliana nas procissões da Semana Santa de Braga deve-se a uma promessa pessoal feita quando a filha nasceu, por sinal, no período da Quaresma, e também ao seu desejo de viver, a cada ano, esta experiência de cunho religioso.

 


«São momentos muito especiais»

«Eu sempre assisti a esta procissão e, a partir do momento em que cumpri a promessa, quis continuar a participar nesta tradição da cidade», conta.
Juliana Machado pretende com este seu sinal passar o testemunho às novas gerações, nomeadamente aos seus filhos. «Acho importante as pessoas participarem, não só as da cidade, mas também as que vêm de fora. Aconselho a todos a viver esta experiência», declara.

 

Juliana ainda se lembra da sua primeira procissão do Enterro do Senhor. «Foi um momento único, principalmente a chegada à Sé», conta. Segundo esta jovem bracarense, nas procissões da Semana Santa de Braga «vivem-se vários sentimentos e são momentos muito especiais». Afirma que os figurados comungam do mesmo espírito e é a fé que os leva a participar. «Essa componente é essencial», refere.

 

Para a procissão noturna da Sexta-feira Santa os figurados não têm que levar vestes nem nenhum acessório. Basta fazerem antecipadamente a reserva do lugar.

 

[Fonte: Diário do Minho]