Maria Vasconcelos: «Acho que transmito fé às pessoas que me vêem»

Prometi a Deus que, enquanto eu pudesse caminhar, cada ano que ele me desse caminharia nas minhas promessas», referiu ao Diário do Minho Maria Vasconcelos que, há 17 anos, integra diversas procissões da Semana Santa de Braga, numa demonstração de fé inabalável.

 

Foi o cancro detetado em 2002 que a fez tomar a decisão de participar, e assim será enquanto tiver forças para tal. Este ano, irá encarnar o papel de Verónica na Procissão do Senhor dos Passos. Ao seu lado, irá a sua neta, vestida de Nossa Senhora das Dores. Maria Vasconcelos vai ainda participar nas procissões da Senhora da Burrinha, Ecce Homo e na do Enterro do Senhor, nestas enquanto Nossa Senhora das Dores, na qual tem encontrado conforto e apoio.

 

Noutros anos deu corpo a outros figurados. «Já representei Jesus a caminho do Calvário; já fui com a Cruz às costas no Senhor dos Passos; e de Maria Madalena», referiu. A sua “estreia” foi logo no primeiro ano em que lhe foi diagnosticada a doença. «Fui descalça e sem cabelo», disse.

 

Depois de ter enfrentado várias quimioterapias e radioterapias e de uma mastectomia total, naquilo que considera «uma verdadeira luta», Maria Vasconcelos deposita na fé todas as suas forças e acredita que o segredo é mesmo esse, não descurando, claro, o papel dos médicos que a acompanham.

 

«São 17 anos de penitência na Semana Santa com muito fervor porque Deus move montanhas desde que tenhamos fé n’Ele. Temos de Lhe pedir com muita força e ser persistentes. Ele ouve-nos. Só com a mão Dele era possível eu vencer estes cancros malignos», considerou.

 

Para Maria Vasconcelos, participar nestes momentos constitui «um orgulho» e uma «sensação de alegria de viver». «Acho que transmito fé às pessoas que me veem. Sou um exemplo de fé», vincou.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

António Ferreira: «As pessoas hoje sentem a Semana Santa como sua»

António Ferreira é chefe dos escuteiros da Sé. Desde criança que, segundo se lembra, o Agrupamento n.º 1 da Sé participa na organização das procissões da Semana Santa de Braga, para além de outras típicas da cidade, como a do S. João e a procissão ao Sameiro (aqui com a tarefa da distribuição de água e primeiros socorros). Mais recentemente, através de uma parceria estabelecida com a Câmara Municipal de Braga, a participação estende-se a outros cortejos como os da Braga Romana e a Parada de Natal.

 

No caso das procissões da Semana Santa, fica a cargo de entre sete a dez elementos do Agrupamento a comunicação via rádio de modo a orientar todo o percurso. Ao todo, cada cortejo conta com o apoio de sete rádios. Os elementos novos do Agrupamento acompanham os mais velhos, ganhando assim traquejo para lhes seguirem os passos quando forem dirigentes.

 

Para António Ferreira, trata-se de um trabalho «indispensável». «Os que vão à frente vão-nos dizendo quantos metros temos de andar depois de sair o andor, por exemplo. Também já sabemos onde para cada procissão e qual o compasso, de modo a que depois não haja espaços e vá tudo seguido», explicou.

 

Participar nestas cerimónias é, para o responsável, «um momento especial», até porque «o escutismo e a Igreja estão de mãos dadas». António Ferreira destacou, também, a importância destas participações na própria formação das crianças e jovens, que aprendem sobre «o respeito mútuo» e «a saber comportar-se».

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

João da Silva Oliveira: «Participar nisto é um gosto e um brio pessoal»

Quase todos os bracarenses conhecem o farricoco que veste de roxo na procissão dos Passos, organizada pela Irmandade de Santa Cruz, mas nem todos lhe conhecem o rosto. João da Silva Oliveira é o nome que se “esconde” por detrás da túnica e que carrega consigo um trompete dourado.

 

E não se fica pela procissão de Domingo de Ramos, participando também nas de Quinta e Sexta-feira Santas (Ecce Homo e do Enterro do Senhor, respetivamente), bem como na trasladação do Senhor dos Passos e Via-Sacra. Em tempos também chegou a participar no cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo” (ou da Burrinha), que se realiza na Quarta-feira Santa à noite.

 

A sua ligação às celebrações da Semana Santa começou ainda era uma criança, quando frequentava a Santa Infância. Naquela altura, integrava os cortejos do Sábado de Aleluia. «Sempre participei, excetuando os sete meses e meio que estive em Angola», explicou o bracarense, atualmente com 70 anos de idade.

 

Para João da Silva Oliveira, esta participação tão ativa constitui «um gosto» e «um brio pessoal». «Nunca fui remunerado, nem como farricoco nem como porta-lanternas. É com gosto que faço isto», vincou.

 

E é com orgulho que encarna o personagem nos cortejos. De tal forma que há amigos e familiares que o tentam distrair ao longo do percurso, mas sempre sem sucesso. «Alguns até fazem apostas para ver se me fazem rir mas eu nunca me rio nas procissões», vincou o responsável.

 

A vestimenta que usa foi comprada com o seu dinheiro e feita à medida por uma costureira, «para não ter de andar sempre a pedir». «Mas quando não a puder usar mais, entrego-a a Santa Cruz», acrescentou.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

João Braz: «As pautas eram decoradas porque nas ruas não havia luz»

Durante um quarto de século, João Braz foi o maestro da Banda Musical de Cabreiros, que acompanha todas as procissões da Semana Santa de Braga.

 

Atualmente já não se encontra ao leme daquela coletividade que conta com 175 anos de idade, mas recorda os tempos em que as marchas fúnebres tinham de ser ensaiadas num campo de futebol, às escuras, para que no dia do cortejo a formatura saísse na perfeição.

 

Isto porque, explicou, «antigamente não havia nas ruas a luz que há agora» e as pautas tinham de ser decoradas porque não se conseguiam ler. «Não havia luzes nas montras porque eram desligadas e os candeeiros eram cobertos por panos pretos», recriando-se assim um momento solene, carregado de tristeza, fé e respeito.

 

Portanto, os ensaios tinham de começar cedo, logo no início do ano. «Apesar de muitos já conhecerem aquilo de cor, havia sempre membros novos que tinham de aprender, por isso era preciso ensaiar tudo com tempo para que no dia corresse tudo bem. Não era só aparecer na rua, havia todo um trabalho por detrás», explicou o maestro.

 

Daqueles tempos guarda boas memórias, sobretudo do «orgulho» sentido ao percorrer as principais ruas da cidade atrás do pálio onde se concentram as entidades oficiais. «Era muito bonito ter tanta gente a ver», relembra João Braz.

 

Atualmente, o ex-maestro da Banda Musical de Cabreiros integra a Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga. «Isto está tudo muito bem organizado e veem-se muitos turistas, não só portugueses como estrangeiros», disse.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

Arranca a “Rede Europeia das Celebrações da Semana Santa e Páscoa”, em Braga

No passado dia 18 de março, teve lugar, no Palácio do Raio, em Braga, o II Fórum que reuniu pela segunda vez um grupo de entidades europeias. A ocasião serviu para consolidar este projeto (recorda-se que a primeira reunião ocorreu em Lucena, Espanha, no passado mês de setembro), e fundar a nova associação, que é criada para agregar valor às tradições europeias relacionadas com a Semana Santa e Páscoa, e que aspira a apresentar uma candidatura a um futuro Itinerário Cultural Europeu, do Conselho da Europa.

 

Liderada pela rota andaluza “Camiños de Passión” (Caminhos de Paixão), a nova Rede inicia o seu percurso tendo por sócios fundadores Espanha, Portugal (com a Semana Santa de Braga), Malta, Eslovénia e Itália, num total de nove entidades, que organizam, nas suas diferentes regiões geográficas, cerimónias relacionadas com a Semana Santa e a Páscoa.

 

Durante a sessão de trabalho foram discutidos e adotados pontos muito importantes e que orientarão o funcionamento e a atividade desta nova entidade: a assinatura do acto fundador da rede, a eleição do Conselho de administração, a criação de um Comité Científico, a adoção de seu plano de trabalho e de financiamento, bem como a organização de sua atividade para a preparação e apresentação do candidatura a um Itinerário Cultural Europeu.

 

Sobre os Itinerários Culturais do Conselho da Europa

O programa Itinerários Culturais do Conselho da Europa foi lançado em 1987 pelo Conselho da Europa com a finalidade de demonstrar, através da viagem no espaço e no tempo, como o património cultural da Europa se desenvolve através das fronteiras.

 

Um itinerário cultural europeu é uma rota que abarca países e regiões e que se organiza em torno de um tema cuja história, interesse artístico e cultural é claramente europeu, seja pela sua localização geográfica ou pelo seu conteúdo e significado.

 

Sobre a “Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa de Páscoa”

Esta rede europeia das Semanas Santas e celebrações da Páscoa é formada como uma associação sem fins lucrativos, aberta a todas as religiões e crenças que comemoram a paixão e ressurreição de Jesus Cristo, e cuja património cultural é um ponto de referência nas suas respetivas regiões e/ou países.

 

A Associação pretende congregar esforços e aproveitar sinergias na consolidação de um modelo de conservação e difusão do património material e imaterial da Semana Santa e Páscoa, ao mesmo tempo que promove estas expressões, dos diferentes membros e áreas geográficas envolvidas, como destinos turísticos de qualidade.

 

Esta associação tem, na sua fundação, como sócios fundadores, diferentes entidades, que promovem e acrescentam valor na representação das tradições e festas emblemáticas a nível europeu, e que são os seguintes:

– A italiana Fundação Frederico II, da Sicília, Itália, em representação dos municípios de Palermo, Caltanissetta e Trapani

– Os municípios de Birgu e Qormi, por parte de Malta

– A Comissão da Quaresma e Celebrações da Semana Santa de Braga, em Portugal

– As representações da Paixão de Cristo em Skofja Loka, na Eslovénia

– A rota andaluza Camiños de Passión, que representa as celebrações da Semana Santa dos municípios de Alcalá la Real, em Jaén; Baena, Cabra, Lucena, Priego de Córdoba e Puente Genil, da província de Córdoba; e ainda Écija, Osuna e Utrera, da província de Sevilha

– Dentro da geografia espanhola, também integram a Rede as celebrações da Semana Santa de Orihuela (Alicante), Lorca (Múrcia) e Viveiro (Lugo)

 

Razões da candidatura

Este projeto de Itinerário Cultural é uma formidável oportunidade e uma plataforma para disseminar e dar a conhecer o património relacionado com as celebrações da Semana Santa e Páscoa (onde Braga estará inserida), conferindo-lhe visibilidade a nível europeu e inclusivamente mundial.

Érica Martins: «As tendências do figurado vão mudando»

Há muitos anos que a casa Fatimar fornece o vestuário para os figurados das várias procissões que integram a programação da Semana Santa de Braga. Um trabalho que é renovado a cada ano, de modo a acompanhar as tendências.

 

«Tentamos sempre renovar porque dentro do vestuário dos figurados as tendências vão-se alterando. É quase como acontece na moda. Temos de seguir uma tendência, mas há sempre quem prefira o tradicional», explicou Érica Martins, filha e neta dos fundadores da loja.

 

Como exemplo desta mudança, vincou, por exemplo, as coroas com aros – «mais pesadas e, por isso, desconfortáveis» – que, agora, dão lugar a tiaras. As rendas também fazem parte das novas tendências, caindo em desuso o cetim que, em alguns casos, é substituído por «outros panos que são até mais vistosos».

 

As cores utilizadas em cada uma das vestimentas também seguem uma regra muito própria, de modo a adequar-se ao momento vivido e retratado na procissão. No caso das da Semana de Braga, destacam-se as cores mais sóbrias, respeitando o tempo de pesar. O roxo, o preto e, por vezes, o rosa seco são as tonalidades predominantes.

 

Os trajes são confecionados na fábrica da loja, em Cervães, Vila Verde. Na altura ainda não são conhecidos os figurantes, pelo que só numa data mais próxima do evento é que são tiradas as medidas e feitos os respetivos ajustes. «Fazemos muita quantidade para poder servir a qualquer pessoa», explicou.

 

Ano após ano, Érica Martins considera que tem vindo a crescer o número de figurados. «A Quinta e Sexta-feira Santas sempre foram imponentes, mas agora até na procissão de Domingo as pessoas estão a participar muito e isso é bom para a cidade», considerou.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

Participe na Semana Santa de Braga

Ajude a manter uma tradição Centenária! Participe você mesmo e incentive os seus filhos/as a participarem também como Figurantes e Anjinhos nas Procissões.

 

Datas das procissões e empresas de aluguer de vestuário:

 

Procissão dos Passos
Domingo de Ramos, 14 de abril, 17h00

 

Procissão do Senhor «Ecce Homo»
Quinta-feira Santa, 18 de abril, 21h30

 

Empresa de aluguer de vestuário
“Casa Fatimar”
Centro Comercial Sta. Bárbara (cave), Braga
Tel. 253 214 012
Preço 10 €

 

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Procissão do Enterro do Senhor
Sexta-feira Santa, 19 de abril 21h30

 

Empresa de aluguer de vestuário
“Felicidade Noivas”
Rua Alferes Alfredo Ferreira nº41, BRAGA
Tel. 253 114 275
Preço 10 €

 

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A procissão dos Passos é organizada pela Irmandade de Santa Cruz.

A procissão do Senhor «Ecce Homo» é organizada pela Irmandade da Misericórdia.

A procissão do Enterro do Senhor é organizada pelo Cabido da Catedral e pela Comissão da Semana Santa.

Manuel Oliveira: «Hoje a Semana Santa é mais vivida»

Há mais de 30 anos que Manuel Oliveira, atualmente chefe dos guardiões da Sé, está ligado à Semana Santa de Braga e ao dia a dia da Sé de Braga. «Estamos presentes em todas as missas que fazem parte do Cabido da Sé. Dentro das paredes, zelamos pela segurança das pessoas, deitamos um olho para verificar se há intrusos menos convenientes, orientamos os turistas durante a eucaristia, impedimos as pessoas de tirar fotografias para não interromper o bem-estar dos outros. Esta é a nossa missão», explicou ao Diário do Minho.

 

Atualmente, a Sé de Braga conta com 11 guardiões. «Já fomos 13, mas a idade não ajuda e nem sempre estamos todos», vincou, aproveitando para informar que estão abertas “vagas” para quem quiser vestir a farda.

 

Entrou neste mundo por obra do destino, «quase que numa brincadeira». Depois de um dos filhos se ter tornado acólito ainda em criança e de, mais tarde, ter convencido o irmão a seguir o mesmo caminho, Manuel Oliveira passou a integrar os guardiões quando, a dada altura, foi necessária mais uma pessoa para efetuar uma coleta no peditório. «O meu filho sugeriu-me e foi tudo assim», recordou.

 

Contudo, a sua ligação à Igreja começou mais cedo, quando ainda tinha seis anos de idade e foi acólito na Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.
Volvidas mais de três décadas, nota mudanças na Semana Santa, sobretudo no que respeita a sua vivência. «Se calhar é mais vivida. Não digo que seja muita mais gente, mas nota-se que há mais pessoas de fora que vivem muito o momento. São pessoas que vêm com o entusiasmo de saber minuciosamente o que querem ver. Não vêm por vir mas porque querem perceber como são as coisas», explicou, sublinhando que esta é uma atitude corrente ao longo do resto do ano.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

Anúncio do lançamento do Prémio Con. Jorge Coutinho

O Prémio de Investigação Cónego Jorge Coutinho terá a sua primeira edição no presente ano, com a abertura do concurso, que agora se anuncia.

A Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga tem como objetivo promover a realização das solenidades quaresmais, valorizando-as. Está, por outro lado, consciente de que a investigação académica ajuda à sua melhor compreensão e, por isso mesmo, a dignificar a sua realização.

 

A Comissão está também grata a todos os que a antecederam, ao longo dos séculos e no passado recente, e que tornaram possível a dimensão e a qualidade que as cerimónias da Quaresma e Semana Santa adquiriram em Braga. Por isso, atribuí o nome do Cónego Jorge Coutinho a este Prémio, quer pelo seu empenho nesta Comissão, quer pela sua dedicação à academia bracarense.

 

O “Prémio de Investigação Cónego Jorge Coutinho” é um prémio bienal instituído pela Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, destinado a premiar o melhor trabalho de investigação sobre a Quaresma e Semana Santa bracarenses, nas diversas áreas do saber, como, por exemplo, Artes, Arquitetura, Economia, Estudos de Religião, Gestão, História, Teologia, entre outras.

 

O Prémio tem um valor pecuniário de 1.500 € (independentemente do número de trabalhos premiados), e será atribuído depois de avaliado por um júri, constituído pelas seguintes personalidades:

 

Avelino Marques Amorim, presidente o júri
Francisco Ribeiro da Silva, professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa
Maria Marta Lobo de Araújo, professora do Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho
Rui Ferreira, mestre em Património e Turismo Cultural e doutorando em Estudos Culturais

 

Alguns dados referentes a esta edição:
• Até 30 de novembro do ano ímpar: receção dos trabalhos candidatos
• Até 28 de fevereiro do ano par: validação e avaliação pelo júri
• Semana Santa do ano par (2020): entrega do prémio em cerimónia pública

 

O Regulamento do Prémio e demais informação relacionada pode ser consultada neste link.

Carlos Almeida: «Os turistas chegam cá e ficam de boca aberta»

Carlos Almeida, responsável pelo serviço da Sé Catedral e sacristão-mor, coordena e orienta todos os preparativos no interior da Sé de Braga onde trabalha há mais de 40 anos. Natural de Paredes Secas, em Amares, mas a viver em Braga desde 1961, conhece aquele templo como a palma da sua mão, já que quase tudo passa por si.

 

«Oriento tudo dentro da catedral. No caso das procissões, monto os pálios e outras estruturas e oriento tudo no exterior», explicou ao Diário do Minho, destacando o orgulho que sente em participar em todo este processo. «Se não tivesse prazer em estar aqui, já cá não estava», disse, confessando, contudo, ser «doloroso» ouvir os problemas de quem procura a Sé Catedral em busca de algum conforto.

 

No decorrer das celebrações da Semana Santa, «a agitação é diferente». «Dá muito trabalho e muita dor de cabeça coordenar tudo, porque tudo passa pelas minhas mãos», referiu, considerando que, atualmente, o evento «tem melhorado».

 

«Agora temos o turismo a crescer com a maior promoção através da Entidade do Porto e Norte de Portugal que tem divulgado noutros países a nossa Semana Santa e isso é benéfico porque vêm pessoas que não conheciam. Muitos turistas chegam cá e ficam de boca aberta ao verem uma cidade tão bonita, que acolhe toda a gente e com as ruas enfeitadas durante a Quaresma. Então quando chegam à Sé, ficam deslumbrados», referiu o senhor Carlos.

 

Brasil, Alemanha e Espanha são alguns dos países que mais turistas fornecem a Braga durante as Solenidades da Semana Santa de Braga. Porém, também já foram avistados turistas oriundos de países como a Síria ou Israel. «Nunca tinha visto cá pessoas desses locais e agora vejo», confessou o responsável.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]