Missa e Imposição das Cinzas

14 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, 17h30  |  Sé Catedral

Celebração da eucaristia.

Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira Santa, anterior ao domingo de Páscoa. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimónia utiliza essas cinzas húmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Início da Quaresma.

Domingo de Páscoa – Visita Pascal das Paróquias

31 de março e 1 de abril, domingo e segunda-feira de Páscoa

 

O dia da Páscoa da Ressurreição é vivido no norte de Portugal, e particularmente em Braga, inspirado numa multisecular tradição, que lhe confere um sentido festivo e celebrativo ímpar. Desde os primórdios, a Igreja promoveu a Bênção das Casas, em dias diferenciados segundo cada época e cada região, mas privilegiando o tempo pascal, numa referência à primeira Páscoa, e à providência de Deus assinalada nas soleiras do Egipto.

Mais tarde, em plena Idade Média, esta forma ritual de bênção torna-se mais solene. A dimensão geográfica das paróquias e a suficiência de clérigos, permitia colocar a visitação e a bênção de todos os lares no próprio dia de Páscoa. Tomou, por isso, o nome de Visita ou Compasso Pascal.

 

Em nossos dias, e pela estreita relação do único mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, celebrado ao longo do Tríduo Pascal, o grupo visitador é presidido pelo pároco (ou alguém por si delegado) e constituído por alguns membros da comunidade paroquial. Conservando o rito de bênção das casas, inclui também um momento de oração comunitária e familiar, e termina com o ósculo da Santa Cruz, ou outro sinal de adoração

 

Indica-se em seguida o programa da visita pascal das paróquias do centro da cidade.

 

 

31 março, domingo de Páscoa
8h00 | Santo Adrião

Início da Visita Pascal com a Eucaristia às 8h00 da manhã. Termina a Visita Pascal pelas 13h00. Às 18h00 procissão desde a capela de Santo Adrião, integrando os 22 grupos da

visita pascal, até à Igreja Paroquial onde é celebrada a Eucaristia de Encerramento do Compasso.

 

8h00 | São Lázaro

Há celebração da Eucaristia às 8h00 e 17h30. O Compasso Pascal, composto por 26 grupos, visita as famílias com início às 9h00 e conclusão às 13h00.

 

8h00 | Maximinos

Na paróquia de Maximinos, a Visita Pascal faz-se de manhã. Começa com a Eucaristia às 8h00. Pelas 9h00, saída do compasso pascal que se prolonga até às 13h00. Eucaristia pelas 19h00.

 

8h30 | Sé / São João Souto / Cividade

Eucaristia com participação de todos os grupos de Visita Pascal. Às 9h30: saída de todos os grupos pelo centro Histórico e Urbanização das Parretas.

 

11h00 | Câmara Municipal de Braga

Visita Pascal à Câmara Municipal de Braga

 

11h30| Sé Catedral

Eucaristia na Catedral presidida por Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Arcebispo

 

18h00 | Sé Catedral

Eucaristia na Sé Catedral

 

9h00 | São Vicente

A Visita Pascal inicia às 9h00. Da Igreja Paroquial partem 24 grupos de anúncio de Cristo Ressuscitado por todas as ruas e casas da Paróquia, terminando pelas 13h30. Às 18h30 inicia a Procissão das Cruzes, desde o Largo dos Penedos até à Igreja de São Vicente, onde é celebrada Eucaristia às 19h00.

 

9h00 | São Victor

A Visita Pascal inicia às 9h00 com saída dos Compassos Pascais, desde a Igreja Paroquial e da Capela das Religiosas do Sagrado Coração de Maria (num total de 27 grupos). Estes grupos recolhem às 12h30, para a celebração da Eucaristia, na Igreja de São Victor. Da parte de tarde, pelas 15h00, partem mais 14 grupos(e ainda outros 6 para fazer a Visita Pascal no Hospital de Braga). Por volta das 19h00 reúnem-se na Rua Elísio de Moura (junto da Farmácia Pimentel), de onde se dirigem, em solene procissão, para a Igreja Paroquial, concluindo com a celebração da Eucaristia.

 

 

1 abril, segunda-feira de Páscoa
9h00 | Sé / São João Souto / Cividade

Saída da Catedral de Braga de 4 grupos de Visita Pascal acompanhados por Banda de Música. Às 9h30 Eucaristia na Capela de Nosso Senhor das Ânsias, seguida de Visita Pascal na  Urbanização da Quinta das Hortas.

 

20h00 | Rua da Boavista

Subida da Rua da Boavista (Cónega), em cortejo, dos 4 grupos de Visita, seguidos pelo povo, rumo à Catedral, onde há um tempo de adoração e Bênção do Santíssimo.

Missa Solene do Domingo de Páscoa

31 de março, domingo de Páscoa, 11h30  |  Sé Catedral

 

Todo o Domingo é um dia pascal, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão das semanas, o primeiro dia do mundo novo inaugurado com a Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o paradigma de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: — «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério.

Vigília Pascal e Procissão da Ressurreição

30 de março, sábado Santo, 21h00  |  Sé Catedral

 

Para a Vigília Pascal convergem todas as celebrações da Semana Santa e mesmo de todo o Ano Litúrgico. Lembrando a grande noite de vigília do povo hebreu no Egipto, aguardando a hora da libertação (Ex 12), nela celebram os cristãos a sua própria redenção pelo mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela se realiza a grande Páscoa ou Passagem da morte para a vida ou do estado de perdição para o estado de salvação. É a vitória final de Deus, em Cristo, sobre o pecado, o mal e a própria morte. No plano espiritual, os cristãos apropriam-se da graça desta passagem pelo Batismo. Por isso, a liturgia batismal tem aqui um lugar de destaque.

A Vigília Pascal — chamada por Santo Agostinho «a mãe de todas as Vigílias» — é uma soleníssima celebração, muito rica de simbolismo global e de símbolos particulares: as trevas, a luz, a água, o círio pascal, a cor alegre dos paramentos, a explosão de som e luz.

 

Integra quatro partes e conclui com a Procissão da Ressurreição:

 

1ª Parte

Liturgia da Luz

Com Cristo ressuscitado, a Luz brilhou nas trevas. O círio pascal, que O simboliza, é benzido, conduzido em procissão e colocado diante da assembleia. Os participantes são convidados a terem nas mãos velas acesas, imitando aqueles servos de que fala o Evangelho (Lc 12, 35-37), os quais esperam, vigilantes, o seu Senhor que os fará sentar à sua mesa. Esta parte termina com o canto do Precónio (Pregão), anunciando solenemente a vitória de Cristo.

 

2ª Parte

Liturgia da Palavra

Narram-se os gestos maravilhosos de Deus na história da salvação, desde a Criação do mundo até ao grande gesto da «Nova Criação» pela ressurreição de Cristo, início e primícias de um mundo novo. As leituras são intercaladas por aclamações, a última das quais é o canto do Aleluia pascal. Ao cântico de Glória, a Catedral escurecida torna-se, de repente, uma explosão de luz.

 

3ª Parte

Liturgia Batismal

Invocam-se os santos, com o canto da Ladainha. Benze-se a água do Batismo, que é levada em procissão. Asperge-se o povo. Renovam-se as promessas do Batismo. Se há batizandos, é-lhes ministrado este Sacramento.

 

4ª Parte

Liturgia Eucarística

Celebração festiva da primeira Missa da Páscoa.

No final da Missa, o Santíssimo Sacramento, que estivera encerrado na urna com um manto negro, é colocado na custódia e trazido para o altar-mor. Organiza-se a Procissão da Ressurreição, própria do Rito Bracarense, pelas naves da Catedral. De novo no altar-mor, Cristo vivo na Hóstia branca abençoa todos os fiéis, que dele se despedem ouvindo e cantando o Regina Coeli, laetare (Rainha dos Céus, alegrai-vos), em modo de parabéns àquela que de Senhora das Dores se transformou em Senhora da Alegria.

Ofício de Laudes (Sábado Santo)

30 de março, Sábado Santo, 10h00  |  Sé Catedral

 

Com alocução do Presidente.

Terminadas as Laudes os Capitulares presentes acolhem os penitentes que desejarem receber o Sacramento da Reconciliação (confissão).

Durante o dia, visita ao Santo Sepulcro (na capela de Nª Sra. do Sameiro, Sé Catedral) onde permanece a Sagrada Eucaristia.

 

À noite, também na Catedral, celebra-se a Vigília Pascal e procede-se à Procissão da Ressurreição.

Celebração da Morte do Senhor

29 de março, sexta-feira Santa, 15h00  |  Sé Catedral

 

Às 15h, em doze locais da cidade, há lançamento de morteiros assinalando a morte de Jesus. Convidam a um minuto de silêncio em Sua memória.

 

À mesma hora em que Cristo expirou, os cristãos celebram o mistério da sua Morte redentora. Não há Missa, como seu memorial, mas comemoração direta, integrando a sequência do atos seguintes:

 

1ª Parte Liturgia da Palavra

Leituras alusivas ao sacrifício de Cristo, intercaladas com cântico de salmos, e narração da Paixão de Jesus segundo S. João. O Bispo que preside profere a homilia, tradicionalmente conhecida como Sermão do Enterro.

 

2ª Parte Oração universal

Sequência de orações pelas necessidades da Igreja e do mundo.

 

3ª Parte Adoração da Cruz

Depois de conduzida, encoberta, ao Bispo Presidente, este proporciona ao povo a progressiva descoberta do seu mistério — «Eis o madeiro da Cruz!» — , ao mesmo tempo que o convida à sua adoração: — «Vinde, adoremos!». E todo o povo desfila, então, aproximando-se para beijar e adorar o que foi o preço da sua redenção.

 

4ª Parte Comunhão eucarística

Comungando o Corpo de Cristo, os fiéis lembram as palavras de S. Paulo: «Sempre que comerdes deste pão […] anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Cor 11, 26).

 

 

Segue-se o canto de Vésperas e depois, a Procissão Teofórica do Enterro.  A Procissão Teofórica do Enterro é um cerimonial integrado na celebração que memora a morte de Cristo, que se realiza na tarde da Sexta-Feira Santa na Sé de Braga. Nesta impressionante procissão, o Santíssimo Sacramento, encerrado num esquife coberto de um manto preto, é levado pelas naves da Catedral — daí o nome de procissão teofórica (que transporta Deus) — sendo posteriormente deposto numa capela lateral onde é exposto à veneração. Este cerimonial, que se insere numa tradição medieval associada aos chamados ritos da depositio (deposição), terá sido introduzido na Sé de Braga no século XVI, dado que apenas é referenciado na versão do Rito Bracarense de 1558.

 

Os acompanhantes do préstito cobrem o rosto em sinal de luto. Dois meninos ou duas senhoras, alternando com responsórios do coro, cantam em latim e em tom de comovido lamento: «Heu! Heu! Domine! Heu! Heu! Salvator noster!» (Ai! Ai! Meu Senhor! Ai! Ai! Salvador nosso!)

Lava-Pés e Missa da Ceia do Senhor

28 de março, quinta-feira Santa, 16h00  |  Sé Catedral

 

A anteceder a Missa da Ceia do Senhor, o Arcebispo que preside lava os pés a doze pessoas que representam os doze Apóstolos.

Assim se comemora o que fez Jesus e se atualiza a sua eloquente lição: «Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, levou até ao extremo este seu amor. […] Levantou-se da mesa, depôs as vestes e tomando uma toalha pô-la à cinta. Depois de lhes lavar os pés […], disse-lhes: ‘Compreendestes o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem porque Eu o sou. Ora, se Eu, sendo Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também’» (Jo 13, 1-15).

 

Terminado este rito, segue-se a Missa da Ceia do Senhor. É uma celebração dominada pelo sentimento do amor de Cristo que, na véspera da sua Paixão, enquanto comia a Ceia com os discípulos, instituiu o Sacrifício-Sacramento da Eucaristia, como memorial da sua Morte e Ressurreição a celebrar, tornando-o sempre atual, no decurso dos tempos: «Durante a ceia, tomou o pão dizendo: — ‘Tomai e comei. Isto é o meu corpo, entregue por vós.’ Do mesmo modo, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos discípulos dizendo: — ‘Tomai e bebei todos. Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de Mim’» (Lc 22, 19-20).

No momento próprio, o Presidente da celebração faz a homilia apropriada, com especial incidência na lição do lava-pés e no «mandamento novo» deixado por Jesus como testamento espiritual para os seus discípulos (Sermão do Mandato). «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. […] É nisso que todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei a vós» (Jo 13, 34-35).

Terminada a missa, a assembleia canta a hora de Vésperas, enquanto que o Cristo vivo presente na Hóstia consagrada é conduzido em procissão pelas naves da Catedral para um lugar de adoração (a representar o Horto das Oliveiras), onde permanecerá até ser dali retirado, também processionalmente, no dia seguinte, para o sepulcro. Os fiéis são convidados a velarem com Ele, na hora da sua Paixão. Em sinal de luto, o altar é desnudado.

 

A visita às Sete Igrejas é uma tradição ancestral associada à vivência da Quinta-Feira Santa na cidade de Braga. Esta prática devocional está vinculada à realização da Procissão das Endoenças que as Misericórdias organizavam. O imaginário que preside a esta prática estará certamente relacionado com as sete igrejas de peregrinação da cidade de Roma, que os fiéis devem visitar sempre que é proclamado Ano Santo. Hodiernamente este costume mantém-se. As sete igrejas são “marcadas” com uma cruz da paixão junto da sua porta de entrada. Durante a tarde de Quinta-Feira Santa, os fiéis são convidados a visitarem sete igrejas da cidade de Braga: Sé Primaz, Misericórdia, Santa Cruz, Terceiros, Salvador, Penha e Conceição.

 

Ao mesmo tempo, um numeroso grupo de farricocos, percorre o centro da cidade, com as suas ruidosas matracas. Na sua origem pagã, eram um grupo de mascarados que percorria as ruas, anunciando a passagem dos condenados e relatando os seus crimes. Já «cristianizados», em tempos antigos, conforme a mentalidade de então, percorriam as ruas chamando os pecadores públicos à sua reintegração na Igreja, depois de arrependidos e perdoados. Era a forma do tempo, de entender a misericórdia para com os pecadores, aos quais tinha sido aplicada a indulgência (ou «endoença»). Atualmente, atribui-se-lhe um significado substitutivo e residual, de chamamento dos Irmãos da Misericórdia para a procissão da noite. O uso das ruidosas «matracas» para este efeito foi instituído em anos remotos para substituir o toque dos sinos, que nos dias maiores da Semana Santa ficavam silenciosos.

Missa Crismal e Bênção dos Santos Óleos

28 de março, quinta-feira Santa, 10h00  |  Sé Catedral

 

Neste dia a Igreja lembra o início da Paixão do seu Senhor, comemorando especialmente os seguintes acontecimentos: instituição do sacerdócio; instituição da Eucaristia; agonia de Jesus e seu julgamento. Neste dia, embora discretamente, também se faz memória da antiga tradição das «endoenças» (indulgência ou perdão concedidos aos pecadores públicos).

 

Comemorando a instituição do sacerdócio, o Arcebispo Primaz faz-se acompanhar de todo o clero da Arquidiocese e com este, como presbitério participante do seu pleno sacerdócio, concelebra a Eucaristia. Durante a celebração, consagra os Santos Óleos, que serão levados pelos presbíteros para as suas paróquias a fim de servirem para ungir os batizandos e os doentes.

Missa de Domingo de Ramos

24 de março, domingo de Ramos, 11h30  |  Sé Catedral

 

Na Catedral, o Arcebispo inicia a Solene Eucaristia com a bênção dos ramos.

As leituras desta Missa, sobretudo a narração da Paixão segundo S. Mateus, colocam diante da assembleia o quadro dos acontecimentos dolorosos de Jesus que irão ser comemorados ao longo da Semana Santa. Convidados a seguir os seus passos, os cristãos sabem que «se sofremos com Ele, também com Ele seremos glorificados» (Rm 8, 17).