Semana Santa de Braga
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Quaresma «TESTEMUNHOS» / Manuel Pereira

O Diário do Minho, em colaboração com a Comissão da Semana Santa de Braga, inicia hoje a publicação de uma série de testemunhos de figurantes sobre a sua participação nas procissões. O objetivo é envolver a comunidade bracarense nos eventos previstos no programa.

 


Manuel Pereira acompanha as procissões da Semana Santa desde há aproximadamente 40 anos. Confessa-se um católico «fervoroso». «Desde que vim para Braga, já lá vão 40 anos, venho a todas as procissões da Semana Santa», afirma, com orgulho.

 

Manuel Pereira, 70 anos de idade, aposentado, não entra nestes cortejos religiosos como figurado, mas é como se isso acontecesse, pois diz que quando segue as procissões tem o seu pensamento focado em figuras bíblicas.

 

A residir em Maximinos, este cristão «fervoroso», natural de Resende, tem participado nas procissões acompanhado de um dos filhos, portador de deficiência, que faz questão de assistir aos cortejos religiosos que procuram representar a Paixão e Morte de Jesus Cristo.

 

«À noite já me custa vir, mas venho por ele. Ficamos à beira do quartel dos Bombeiros que nos emprestam uma cadeira», refere. Por vezes, conta ainda com a companhia de uma filha e de uma neta.

 

E o que leva verdadeiramente Manuel a viver as solenidades da Semana Santa? «É a fé. A fé move montanhas! Gosto muito de ouvir relatar o sofrimento do Senhor. Ele aguentou por nós e nós não aguentamos nada por Ele. Viu-se sozinho para se defender até chegar ao Calvário aonde foi crucificado para nossa salvação», afirma.

 

O Sermão do Encontro é um dos momentos que mais aprecia. «Adoro ouvir este sermão porque emociona, só não toca a quem não acompanha a realidade», acrescenta.

 

A Trasladação da imagem do Senhor dos Passos e Via -Sacra, na véspera de Domingo de Ramos, as procissões de Ramos e dos Passos, o cortejo bílico "Vós Sereis o Meu Povo", e as procissões do "Ecce Homo" e do Enterro do Senhor" são celebrações que Manuel Pereira nunca perde.

 

Todos os anos no Domingo de Ramos faz também questão de levar um raminho de oliveira benzido para casa. Por trás deste hábito há uma crença antiga: «Os meus pais diziam-me sempre que é bom ter em casa um ramo de oliveira benzindo por causa das trovoadas».

 

Na opinião deste septuagenário, as procissões da Semana Santa «têm melhorado» ao longo dos tempos, sobretudo em termos de organização e apresentação. Contudo, nota que, por vezes, era necessário «mais respeito» durante a passagem destes cortejos.



[Fonte: Diário do Minho]