Semana Santa de Braga
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Celebração da Morte do Senhor

18 de abril, sexta-feira Santa, 15h00  |  Catedral de Braga

 

Às 15h, em doze locais da cidade, há lançamento de morteiros assinalando a morte de Jesus. Convidam a um minuto de silêncio em Sua memória.

 

À mesma hora em que Cristo expirou, os cristãos celebram o mistério da sua Morte redentora. Não há Missa, como seu memorial, mas comemoração direta, integrando a sequência do atos seguintes:

 

1ª Parte Liturgia da Palavra

Leituras alusivas ao sacrifício de Cristo, intercaladas com cântico de salmos, e narração da Paixão de Jesus segundo S. João. O Bispo que preside profere a homilia, tradicionalmente conhecida como Sermão do Enterro.

 

2ª Parte Oração universal

Sequência de orações pelas necessidades da Igreja e do mundo.

 

3ª Parte Adoração da Cruz

Depois de conduzida, encoberta, ao Bispo Presidente, este proporciona ao povo a progressiva descoberta do seu mistério — «Eis o madeiro da Cruz!» — , ao mesmo tempo que o convida à sua adoração: — «Vinde, adoremos!». E todo o povo desfila, então, aproximando-se para beijar e adorar o que foi o preço da sua redenção.

 

4ª Parte Comunhão eucarística

Comungando o Corpo de Cristo, os fiéis lembram as palavras de S. Paulo: «Sempre que comerdes deste pão […] anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Cor 11, 26).

 

 

Segue-se a Procissão Teofórica do Enterro.

A Procissão Teofórica do Enterro é um cerimonial integrado na celebração que comemora a morte de Cristo. Realiza-se na tarde da Sexta-Feira Santa no interior da Catedral de Braga. Nesta procissão, uma escultura de Jesus Cristo morto, encerrada numa urna, coberta com um manto preto, é levada pelas naves da Catedral — daí o nome de procissão teofórica (que transporta Deus) — sendo posteriormente colocada numa capela lateral onde é exposta à veneração. Este cerimonial, que se insere numa tradição medieval associada aos chamados ritos da depositio (deposição), terá sido introduzido na Catedral de Braga no século XVI, dado que apenas é referenciado na versão do Rito Bracarense de 1558.

 

Os que integram esta procissão cobrem a cabeça e o rosto em sinal de luto. Dois meninos ou duas senhoras, alternando com responsórios do coro, cantam em latim e em tom comovido, o lamento: «Heu! Heu! Domine! Heu! Heu! Salvator noster!» (Ai! Ai! Meu Senhor! Ai! Ai! Salvador nosso!).