Semana Santa de Braga
©Semana Santa Braga. Todos os direitos reservados.

Programa oficial 2016 apresentado

Foi apresentado, na sala do Cabido da Sé Catedral de Braga, no passado dia 26 de fevereiro, o programa oficial da Semana Santa de Braga para 2016.

Semana Santa de Braga a Património Imaterial da Humanidade

O município de Braga dá, já na próxima segunda-feira, o primeiro passo formal para a candidatura da Semana Santa de Braga a Património Imaterial da Humanidade ao submeter à apreciação e votação do executivo a proposta de declaração como património imaterial municipal para ser depois ratificada em sede de Assembleia Municipal. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, na conferência de imprensa de apresentação do programa deste ano das solenidades da Semana Santa.

É a primeira vez que o município de Braga reconhece um evento como património imaterial municipal e fá-lo em dose dupla, já que além da Semana Santa, o executivo é também chamado a dar o mesmo reconhecimento à festa do S. João de Braga. O próximo passo também já tem trabalho adiantado. Já está elaborado o processo para o registo da Semana Santa de Braga no inventário nacional cultural imaterial, numa acção que contará com o apoio do ministro da Cultura, garantiu ontem Ricardo Rio, que deu conta de uma reunião já mantida com a tutela.

O edil agradeceu o trabalho desenvolvido pelo adjunto da vereadora da Cultura e também presidente da Associação de Festas de S. João, Rui Ferreira, na candidatura para o registo no inventário nacional. Cumpridas estas fases, até meados deste ano, o objectivo é avançar com a candidatura a Património da Humanidade, que terá que seguir a sua tramitação.
Ricardo Rio assume que o reconhecimento da Semana santa de Braga como Património Imaterial da Humanidade “não é vaidade nossa”, mas “um acto de justiça”.

A ‘melhor’ Semana Santa conta com ajuda de todos

Braga já se prepara para a Semana Santa com um programa que vai além das celebrações religiosas e que extravasa a ‘semana maior’, incluindo concertos, espectáculos, exposições e até conferências que começam em Fevereiro, e encerra com a visita pascal.

Já declarada de interesse para o turismo, a Semana Santa de Braga ‘ambiciona’ o reconhecimento como Património Imaterial da Humanidade, uma candidatura que avança este ano. Apresentado ontem, o programa das solenidades deste ano, aposta na imagem dos farricocos, um dos ícones da Semana Santa de Braga, e que pretende “ajudar a viver mais e melhor este tempo” afirmou o presidente da Comissão das Solenidades da Semana Santa, cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues.

“Sendo um acontecimento de ordem religiosa congrega muitas sinergias” afirmou o cónego Luís Miguel Rodrigues, aludindo às “implicações culturais e económicas nos diversos sectores”. Neste contexto, o presidente enalteceu o envolvimento das várias entidades que integram a comissão da Semana Santa, mas também das empresas e dos cidadãos que, a título individual, são o seu contributo e o seu saber em regime de voluntariado que enriquece ainda mais este património imaterial.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, tem fé que”esta vai ser a melhor edição da Semana Santa graças ao trabalho de todos aqueles que a tornam possível”. Ricardo Rio escolheu cinco palavras para caracterizar a Semana Santa, a começar pela gratidão que dirigiu ao anterior presidente da Comissão das Solenidades, o cónego Jorge Coutinho pelo empenho e entrega ao longo de tantos anos, e ao seu sucessor por ter assumido a ‘herança’. Mas a gratidão do edil bracarense estende-se a todas as instituições, empresas e aos cidadãos anónimos que se disponibilizam para enriquecer o programa com a sua participação.

A Semana Santa é também um momento de união, ou seja, é “obra de todos os bracarenses e de todos os que participam como figurantes activos ou como espectadores”, realçou Ricardo Rio.
A tradição é outra palavra que marca a Semana Santa, cujo programa não é preciso reinventar, mas antes enriquecer.
O autarca elege também a projecção, ou seja, a aposta em fazer chegar a Semana Santa a todos os que possam visitar Braga, e o reconhecimento deste património imaterial.

Programa cultural complementa celebrações religiosas da quaresma

As celebrações religiosas marcam o ritmo e o calendário, mas a Semana Santa de Braga vive-se também nos concertos, nas exposições e até nas conferências que, este ano, convidam a ‘Olhares sobre... trabalho, educação e arte’ com intervenções de António Guterres, Marçal Grilo, o ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral e o antigo dirigente da CGTP, Carvalho da Silva. São as actividades culturais, a promoção e a ornamentação da cidade que ‘absorvem’ o orçamento de cerca de 200 mil euros com que a Comissão das Solenidades da Semana Santa conta este ano.

Sobre a componente financeira, o presidente da comissão, o cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, congratulou-se com o compromisso do município de manter o apoio de 40 mil euros, para além do apoio logístico, mas agradeceu também o contributo de empresas e pessoas que, em nome individual, dão o seu contributo, financeiro ou outro.

Em Ano da Misericórdia, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, Bernardo Reis, anunciou que a Irmandade está empenhada em “dar um novo impulso e melhorar, no que for possível, as cerimónias da quaresma e da Semana Santa”, destacando uma exposição sobre cartazes desta solenidade do período entre 1948 e 2015, em parceria com o município, que irá decorrer na Casa dos Crivos.

Remodelado, o Palácio do Raio - agora centro interpretativo das Memórias da Santa Casa da Misericórdia - acolhe, pela primeira vez, uma exposição sobre ‘paramentos litúrgicos na quaresma e na semana santa’. O Coro da Misericórdia - criado há dois anos - actua, também, pela primeira vez, na Igreja do Hospital.

Para além da Procissão dos Passos, a Irmandade de Santa Cruz promove, de 5 a 18 de Março, uma mostra sobre ‘símbolos da paixão de Cristo’ com 14 pinturas da via sacra que foram recuperadas pela instituição e uma colecção de crucifixos que faz parte do seu espólio. O provedor da Irmandade, Luís Rufo, destacou ainda a (re)inauguração, a 12 de Março, dos calvários de Santa Cruz, marcada pela apresentação do livro ‘Os passos do Senhor na cidade de Braga’, da autoria de Eduardo Oliveira, seguida de visita guiada aos calvários. Em parceria com a Universidade do Minho, a Irmandade de Santa Cruz organiza, no dia 21, o concerto ‘Requiem em Si Bemol Menor - op 89’.

[Texto adaptado do Correio do Minho]