Programa da Semana Santa de Braga 2022 já é conhecido

Comunicado do senhor presidente da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, rev. cónego Avelino Amorim, na conferência de imprensa de anúncio do programa religioso e cultural da Semana Santa de Braga 2022, na sacristia-mor da Sé Catedral de Braga.

 

 

Exmas/os. senhoras e senhores responsáveis das entidades promotoras
Exmas/os. senhoras e senhores, membros dos órgãos de comunicação social

 

Os últimos dois anos reservaram-nos a oportunidade não apenas de vencermos dificuldades inéditas e inesperadas, mas também de desafiarmos a nossa criatividade e as nossas capacidades. Foi assim em todos os âmbitos da vida, que permitiu observarmos tantos gestos de bondade humana, e assim o foi também para o âmbito de acção desta Comissão. Apesar das justificadas limitações para os eventos culturais e as celebrações religiosas, a Quaresma, a Semana Santa e a Páscoa em Braga, foram intensamente vividas e celebradas. Bem o demonstram os dados fornecidos pela nossa presença nos meios de comunicação social dos quais destacamos: cada cidadão português foi impactado em média 7 vezes, audiência potencial acumulada foi de 8,6 milhões de impressões, e 11% da população portuguesa esteve exposta à mensagem.

 

Conclui-se, portanto, que o potencial mediático da Semana Santa continua a ser positivo. Destaco ainda, os milhares de visualizações que acompanharam as celebrações do tríduo pascal. O grande concerto de terça-feira santa, sem a possibilidade de presença do público, foi transmitido on line e acompanhado por uma plateia ainda mais numerosa que o habitual. As procissões não saíram à rua, mas o programa emitido em direto nos dias e horas que lhes são habituais, foram acompanhados por milhares de pessoas que ficaram a conhecer melhor a dimensão catequética, a história e os principais quadros de cada uma das procissões. Dos canais televisivos em sinal aberto, a RTP esteve em Braga na Sexta Feira Santa com emissão em directo durante todo o dia; a TVI realizou o Jornal da Uma Hora no Sábado Santo e Domingo de Páscoa, a partir do Largo de Santa Cruz

 

Este ano voltamos a contar com a presença das pessoas, com algumas medidas profiláticas é certo, mas devolvendo às principais celebrações um dos seus elementos fundamentais: a presença das pessoas. Do programa desta Comissão, as celebrações da fé assumem sempre o lugar mais importante. A vivência da fé é essencialmente relacional. Por isso registamos com enorme alegria a possibilidade de vivermos não só os momentos culturais, mas sobretudo os religiosos, sempre numa atitude profilática, mas na proximidade com as pessoas!

 

As celebrações religiosas iniciam na Quarta Feira de Cinzas, e contam com todo o programa habitual: Sagrado Lausperene que a partir do dia 2 de Março percorrerá as habituais igrejas do centro da cidade.

 

Este ano voltamos ao formato de três concertos: a 02 de abril com os alunos do Conservatório de Música de Braga na Sé de Braga; a 12 abril, Terça-feira Santa, o grande concerto com a Orquestra do Norte, também na Sé de Braga; a 23 de abril, Sábado de Pascoela, a Sinfonietta de Braga, na Igreja de S. Paulo

 

Teremos também um total de sete exposições que serão apresentadas pelas diferentes entidades que integram a Comissão.
Como sempre, também este ano procuramos aportar alguma novidade ao nosso programa, justificada não por si mesma, mas pelo acontecimento celebrado! Procurando envolver as gerações mais jovens, lançamos um Concurso Escolar intitulado “A Semana Santa de Braga”. Será um Concurso de Desenho a promover nas Escolas do Ensino Básico do Concelho de Braga.

 

Este ano também oferecemos à cidade e a quem nos visita uma nova decoração exterior, já que a anterior apresentava sinais de grande desgaste. Inspirada na arte barroca que é um marco do território bracarense, estará patente em todas as ruas que incluem os percursos das procissões.

 

Concluo com um profundo sentido de agradecimento a todos os promotores e membros desta Comissão, assim como aos nossos patrocinadores, pois sem a sua colaboração não seria possível termos um programa tão vasto e tão apropriado para celebramos o mistério da Paixão, morte e Ressurreição do Senhor Jesus. Daí a escolha da imagem visual deste ano, com o andor do Senhor Ecce Homo que sai na procissão de Quinta-feira Santa, porque o Senhor Jesus assume em seus ombros as nossas dificuldades e inquietações, abrindo-as ao verde da esperança que a Primavera nos oferece.

 

Um agradecimento também a todos os meios de comunicação pelo importante e insubstituível contributo na divulgação da Semana Santa de Braga.

 

 

O programa pode ser consultado neste sítio ou descarregado aqui.

Missa e Imposição das Cinzas

2 de março, quarta-feira de Cinzas, 17h30  |  Sé Catedral

Celebração da eucaristia.

Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira Santa, anterior ao domingo de Páscoa. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimónia utiliza essas cinzas húmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Início da Quaresma.

Missa Solene do Domingo de Páscoa

17 de abril, domingo de Páscoa, 11h30  |  Sé Catedral

 

Todo o Domingo é um dia pascal, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão das semanas, o primeiro dia do mundo novo inaugurado com a Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o paradigma de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: — «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério.

 

 

Visita Pascal das paróquias 

No âmbito da Cidade de Braga, esta visita é revestida de um significado especial.

 

(Nota prévia: Ainda por causa da situação pandémica, também a visita dos Compassos Pascais não se tornará viável nesta Páscoa. As comunidades paroquiais incluirão nas celebrações eucarísticas um momento de solene adoração à Cruz, sinal sacramental da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.)

Vigília Pascal e Procissão da Ressurreição

16 de abril, sábado Santo, 21h00  |  Sé Catedral

 

Para a Vigília Pascal convergem todas as celebrações da Semana Santa e mesmo de todo o Ano Litúrgico. Lembrando a grande noite de vigília do povo hebreu no Egipto, aguardando a hora da libertação (Ex 12), nela celebram os cristãos a sua própria redenção pelo mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela se realiza a grande Páscoa ou Passagem da morte para a vida ou do estado de perdição para o estado de salvação. É a vitória final de Deus, em Cristo, sobre o pecado, o mal e a própria morte. No plano espiritual, os cristãos apropriam-se da graça desta passagem pelo Batismo. Por isso, a liturgia batismal tem aqui um lugar de destaque.

 

A Vigília Pascal — chamada por Santo Agostinho «a mãe de todas as Vigílias» — é uma soleníssima celebração, muito rica de simbolismo global e de símbolos particulares: as trevas, a luz, a água, o círio pascal, a cor alegre dos paramentos, a explosão de som e luz.

 

 

Integra quatro partes e conclui com a Procissão da Ressurreição:

 

1ª Parte

Liturgia da Luz

Com Cristo ressuscitado, a Luz brilhou nas trevas. O círio pascal, que O simboliza, é benzido, conduzido em procissão e colocado diante da assembleia. Os participantes são convidados a terem nas mãos velas acesas, imitando aqueles servos de que fala o Evangelho (Lc 12, 35-37), os quais esperam, vigilantes, o seu Senhor que os fará sentar à sua mesa. Esta parte termina com o canto do Precónio (Pregão), anunciando solenemente a vitória de Cristo.

 

2ª Parte

Liturgia da Palavra

Narram-se os gestos maravilhosos de Deus na história da salvação, desde a Criação do mundo até ao grande gesto da «Nova Criação» pela ressurreição de Cristo, início e primícias de um mundo novo. As leituras são intercaladas por aclamações, a última das quais é o canto do Aleluia pascal. Ao cântico de Glória, a Catedral escurecida torna-se, de repente, uma explosão de luz.

 

3ª Parte

Liturgia Batismal

Invocam-se os santos, com o canto da Ladainha. Benze-se a água do Batismo, que é levada em procissão. Asperge-se o povo. Renovam-se as promessas do Batismo. Se há batizandos, é-lhes ministrado este Sacramento.

 

4ª Parte

Liturgia Eucarística

Celebração festiva da primeira Missa da Páscoa.

No final da Missa, o Santíssimo Sacramento, que estivera encerrado na urna com um manto negro, é colocado na custódia e trazido para o altar-mor. Organiza-se a Procissão da Ressurreição, própria do Rito Bracarense, pelas naves da Catedral. De novo no altar-mor, Cristo vivo na Hóstia branca abençoa todos os fiéis, que dele se despedem ouvindo e cantando o Regina Coeli, laetare (Rainha dos Céus, alegrai-vos), em modo de parabéns àquela que de Senhora das Dores se transformou em Senhora da Alegria.

Ofício de Laudes (Sábado Santo)

16 de abril, Sábado Santo, 10h00  |  Sé Catedral

 

Com alocução do Presidente.

 

Terminadas as Laudes os Capitulares presentes acolhem os penitentes que desejarem receber o Sacramento da Reconciliação (confissão).

 

Durante o dia, visita ao Santo Sepulcro (na capela de Nª Sra. do Sameiro, Sé Catedral) onde permanece a Sagrada Eucaristia.

 

À noite, também na Catedral, celebra-se a Vigília Pascal e procede-se à Procissão da Ressurreição.

Celebração da Morte do Senhor

15 de abril, sexta-feira Santa, 15h00  |  Sé Catedral

 

Às 15h, em doze locais da cidade, há lançamento de morteiros, assinalando a morte de Jesus. Convidam a um minuto de silêncio em Sua memória.

 

À mesma hora em que Cristo expirou, os cristãos celebram o mistério da sua Morte redentora. Não há Missa, como seu memorial, mas comemoração direta, integrando a sequência do atos seguintes:

 

1ª Parte Liturgia da Palavra

Leituras alusivas ao sacrifício de Cristo, intercaladas com cântico de salmos, e narração da Paixão de Jesus segundo S. João. O Bispo que preside profere a homilia, tradicionalmente conhecida como Sermão do Enterro.

 

2ª Parte Oração universal

Sequência de orações pelas necessidades da Igreja e do mundo.

 

3ª Parte Adoração da Cruz

Depois de conduzida, encoberta, ao Bispo Presidente, este proporciona ao povo a progressiva descoberta do seu mistério — «Eis o madeiro da Cruz!» — , ao mesmo tempo que o convida à sua adoração: — «Vinde, adoremos!». E todo o povo desfila, então, aproximando-se para beijar e adorar o que foi o preço da sua redenção.

 

4ª Parte Comunhão eucarística

Comungando o Corpo de Cristo, os fiéis lembram as palavras de S. Paulo: «Sempre que comerdes deste pão […] anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Cor 11, 26).

 

 

Segue-se o canto de Vésperas e depois, a Procissão Teofórica do Enterro.  A Procissão Teofórica do Enterro é um cerimonial integrado na celebração que memora a morte de Cristo, que se realiza na tarde da Sexta-Feira Santa na Sé de Braga. Nesta impressionante procissão, o Santíssimo Sacramento, encerrado num esquife coberto de um manto preto, é levado pelas naves da Catedral — daí o nome de procissão teofórica (que transporta Deus) — sendo posteriormente deposto numa capela lateral onde é exposto à veneração. Este cerimonial, que se insere numa tradição medieval associada aos chamados ritos da depositio (deposição), terá sido introduzido na Sé de Braga no século XVI, dado que apenas é referenciado na versão do Rito Bracarense de 1558.

 

Os acompanhantes do préstito cobrem o rosto em sinal de luto. Dois meninos ou duas senhoras, alternando com responsórios do coro, cantam em latim e em tom de comovido lamento: «Heu! Heu! Domine! Heu! Heu! Salvator noster!» (Ai! Ai! Meu Senhor! Ai! Ai! Salvador nosso!)

Lava-Pés e Missa da Ceia do Senhor

14 de abril, quinta-feira Santa, 16h00  |  Sé Catedral

 

A anteceder a Missa da Ceia do Senhor, o Arcebispo que preside lava os pés a doze pessoas que representam os doze Apóstolos. Assim se comemora o que fez Jesus e se atualiza a sua eloquente lição: «Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, levou até ao extremo este seu amor. […] Levantou-se da mesa, depôs as vestes e tomando uma toalha pô-la à cinta. Depois de lhes lavar os pés […], disse-lhes: ‘Compreendestes o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem porque Eu o sou. Ora, se Eu, sendo Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também’» (Jo 13, 1-15).

 

Terminado este rito, segue-se a Missa da Ceia do Senhor. É uma celebração dominada pelo sentimento do amor de Cristo que, na véspera da sua Paixão, enquanto comia a Ceia com os discípulos, instituiu o Sacrifício-Sacramento da Eucaristia, como memorial da sua Morte e Ressurreição a celebrar, tornando-o sempre atual, no decurso dos tempos: «Durante a ceia, tomou o pão dizendo: — ‘Tomai e comei. Isto é o meu corpo, entregue por vós.’ Do mesmo modo, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos discípulos dizendo: — ‘Tomai e bebei todos. Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de Mim’» (Lc 22, 19-20).

No momento próprio, o Presidente da celebração faz a homilia apropriada, com especial incidência na lição do lava-pés e no «mandamento novo» deixado por Jesus como testamento espiritual para os seus discípulos (Sermão do Mandato). «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. […] É nisso que todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei a vós» (Jo 13, 34-35).

 

Terminada a missa, a assembleia canta a hora de Vésperas, enquanto que o Cristo vivo presente na Hóstia consagrada é conduzido em procissão pelas naves da Catedral para um lugar de adoração (a representar o Horto das Oliveiras), onde permanecerá até ser dali retirado, também processionalmente, no dia seguinte, para o sepulcro. Os fiéis são convidados a velarem com Ele, na hora da sua Paixão. Em sinal de luto, o altar é desnudado.

 

A visita às Sete Igrejas é uma tradição ancestral associada à vivência da Quinta-Feira Santa na cidade de Braga. Esta prática devocional está vinculada à realização da Procissão das Endoenças que as Misericórdias organizavam. O imaginário que preside a esta prática estará certamente relacionado com as sete igrejas de peregrinação da cidade de Roma, que os fiéis devem visitar sempre que é proclamado Ano Santo. Hodiernamente este costume mantém-se. As sete igrejas são “marcadas” com uma cruz da paixão junto da sua porta de entrada. Durante a tarde de Quinta-Feira Santa, os fiéis são convidados a visitarem sete igrejas da cidade de Braga: Sé Primaz, Misericórdia, Santa Cruz, Terceiros, Salvador, Penha e Conceição.

 

Ao mesmo tempo, um numeroso grupo de farricocos, percorre o centro da cidade, com as suas ruidosas matracas. Na sua origem pagã, eram um grupo de mascarados que percorria as ruas, anunciando a passagem dos conde-nados e relatando os seus crimes. Já «cristianizados», em tempos antigos, conforme a mentalidade de então, percorriam as ruas chamando os pecadores públicos à sua reintegração na Igreja, depois de arrependidos e perdoados. Era a forma do tempo, de entender a misericórdia para com os peca-dores, aos quais tinha sido aplicada a indulgência (ou «endoença»). Atualmente, atribui-se-lhe um significado substitutivo e residual, de chamamento dos Irmãos da Misericórdia para a procissão da noite. O uso das ruidosas «matracas» para este efeito foi instituído em anos remotos para substituir o toque dos sinos, que nos dias maiores da Semana Santa ficavam silenciosos.

Missa Crismal e Bênção dos Santos Óleos

14 de abril, quinta-feira Santa, 10h00  |  Sé Catedral

 

 

Neste dia a Igreja lembra o início da Paixão do seu Senhor, comemorando especialmente os seguintes acontecimentos: instituição do sacerdócio; instituição da Eucaristia; agonia de Jesus e seu julgamento. Embora discretamente, também se faz memória da antiga tradição das «endoenças» (indulgência ou perdão concedidos aos pecadores públicos).

 

Comemorando a instituição do sacerdócio, o Arcebispo Primaz faz-se acompanhar de todo o clero da Arquidiocese e com este, como presbitério participante do seu pleno sacerdócio, concelebra a Eucaristia. Durante a celebração, consagra os Santos Óleos, que serão levados pelos presbíteros para as suas paróquias a fim de servirem para ungir os batizandos e os doentes.