Missa e Imposição das Cinzas

14 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, 17h30  |  Sé Catedral

Celebração da eucaristia.

Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira Santa, anterior ao domingo de Páscoa. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimónia utiliza essas cinzas húmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Início da Quaresma.

Programa 2024 apresentado hoje

A apresentação pública do programa da Semana Santa para 2024 decorreu hoje, 7 de fevereiro, das 11h às 12h, na sacristia-mor da Sé Catedral de Braga.

 

Transcreve-se em seguida a alocução proferida pelo Presidente da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga, reverendo cónego Avelino Marques Amorim:

 

“Tornamos hoje oficial o programa das celebrações da Quaresma, Semana Santa e Páscoa em Braga, a mais antiga e significativa celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo em Portugal, que vem sendo preparado há já alguns meses pela Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa. Um programa que manifesta a nossa responsabilidade enquanto parte integrante do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como membro fundador da Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa, bem como a declaração de Interesse para o Turismo pelo Turismo de Portugal, a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, procurando sermos justos e gratos ao património religioso e cultural herdado, assim como de abrir caminhos de futuro com a dignidade que a Semana Santa em Braga nos merece.

 

As celebrações da Catedral, o Lausperene Quaresmal, as procissões e expressões da fé, continuam a merecer a primeira atenção, como celebração dos mistérios da Paixão da Morte e da Ressurreição do Senhor. A partir daqui, procuramos construir um programa cultural e de dinamização local, que predispõe e prepara convenientemente todos e cada um daqueles momentos.
Como podem verificar pelo material disponibilizado, em suporte material e digital, voltamos a apresentar um programa vasto e de excelência, quer nos concertos realizados – e permitam que sublinhe o grande concerto de terça feira santa na Sé Catedral, pela Orquestra e Coro do Distrito de Braga com a execução de três obras: Caminhos – dor, luz e esperança (Sofia Sousa Rocha); Miserere (João Evangelista Pereira da Costa); Lux Aeterna (Morten Lauridsen).

 

Há também todo um leque diversificado de manifestações religiosas, de práticas devocionais, de eventos culturais, e de animação local, que nos permitirão vivenciar, de forma intensa e profunda, a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

 

Este ano, continuamos a aproximar-nos das gerações mais jovens, como mostra a primeira obra do concerto referido, assim como o 3º Concurso Escolar “A Semana Santa de Braga” para as escolas do ensino básico; a participação dos colégios na procissão de sexta feira santa; a animação de rua pela Associação Project’Art.

 

Ainda na juventude, haverá este ano, pela primeira vez, um momento de oração na Igreja de São Lázaro, na noite do Domingo de Ramos, para os jovens da Arquidiocese de Braga, orientado pelo Departamento da Pastoral de Jovens. Com a Escola Profitecla, protocolamos a colaboração dos seus alunos na divulgação do nosso programa, bem como o apoio informativo aos nossos visitantes pelo espaço de duas semanas (18 a 30 de março).

 

Estamos também a dar os primeiros, mas significativos, passos para que o Centro Interpretativo, enquanto espaço museológico também, possa acontecer muito em breve. Neste momento, com a colaboração do Cabido e do Museu Pio XII, temos já o espaço definido: a Torre Medieval, também conhecida por Torre de Santiago. Não será para este ano, uma vez que é necessário proceder à recolha de materiais, e definir a museografia do espaço. Mas esperamos proceder à sua inauguração e abertura na Páscoa de 2025 ou muito próximo desta data. Tudo para que, quem visita Braga fora do arco temporal da Semana Santa, possa conhecer e experienciar a forma como esta data é celebrada em Braga por excelência.

 

Concluindo, a Quaresma, Semana Santa e Páscoa de Braga assumem uma importância já de todo reconhecida para a cidade e para a região, pelo impacto turístico, económico e social que tem proporcionado. Tudo isto em consonância com o impacto religioso e espiritual, pela forma como nos permitem viver e celebrar este período central da fé e da liturgia cristãs. Um programa só possível graças ao contributo e empenho das instituições promotoras, dos parceiros que nos apoiam, e da participação de tantas pessoas que nos oferecem a sua colaboração. Em nome da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga a todos o nosso muito obrigado, nomeadamente a vós, aos órgãos de comunicação social, que tendes tomado um papel significativo na divulgação do nosso programa e da vivência da Quaresma e Páscoa em Braga.”

Procissões dos Passos no concelho de Braga

3 de março, 3º domingo da Quaresma | Cabreiros e Crespos
10 de março, 4º domingo da Quaresma | Figueiredo e Real
17 de março, 5º domingo da Quaresma | Celeirós

 

Sendo uma das manifestações devocionais mais repetidas em Portugal, a Procissão dos Passos, além da ocorrência na cidade de Braga no domingo de Ramos, regista outros cerimoniais do mesmo género no território bracarense.

 

Domingo de Páscoa – Visita Pascal das Paróquias

31 de março e 1 de abril, domingo e segunda-feira de Páscoa

 

O dia da Páscoa da Ressurreição é vivido no norte de Portugal, e particularmente em Braga, inspirado numa multisecular tradição, que lhe confere um sentido festivo e celebrativo ímpar. Desde os primórdios, a Igreja promoveu a Bênção das Casas, em dias diferenciados segundo cada época e cada região, mas privilegiando o tempo pascal, numa referência à primeira Páscoa, e à providência de Deus assinalada nas soleiras do Egipto.

Mais tarde, em plena Idade Média, esta forma ritual de bênção torna-se mais solene. A dimensão geográfica das paróquias e a suficiência de clérigos, permitia colocar a visitação e a bênção de todos os lares no próprio dia de Páscoa. Tomou, por isso, o nome de Visita ou Compasso Pascal.

 

Em nossos dias, e pela estreita relação do único mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, celebrado ao longo do Tríduo Pascal, o grupo visitador é presidido pelo pároco (ou alguém por si delegado) e constituído por alguns membros da comunidade paroquial. Conservando o rito de bênção das casas, inclui também um momento de oração comunitária e familiar, e termina com o ósculo da Santa Cruz, ou outro sinal de adoração

 

Indica-se em seguida o programa da visita pascal das paróquias do centro da cidade.

 

 

31 março, domingo de Páscoa
8h00 | Santo Adrião

Início da Visita Pascal com a Eucaristia às 8h00 da manhã. Termina a Visita Pascal pelas 13h00. Às 18h00 procissão desde a capela de Santo Adrião, integrando os 22 grupos da

visita pascal, até à Igreja Paroquial onde é celebrada a Eucaristia de Encerramento do Compasso.

 

8h00 | São Lázaro

Há celebração da Eucaristia às 8h00 e 17h30. O Compasso Pascal, composto por 26 grupos, visita as famílias com início às 9h00 e conclusão às 13h00.

 

8h00 | Maximinos

Na paróquia de Maximinos, a Visita Pascal faz-se de manhã. Começa com a Eucaristia às 8h00. Pelas 9h00, saída do compasso pascal que se prolonga até às 13h00. Eucaristia pelas 19h00.

 

8h30 | Sé / São João Souto / Cividade

Eucaristia com participação de todos os grupos de Visita Pascal. Às 9h30: saída de todos os grupos pelo centro Histórico e Urbanização das Parretas.

 

11h00 | Câmara Municipal de Braga

Visita Pascal à Câmara Municipal de Braga

 

11h30| Sé Catedral

Eucaristia na Catedral presidida por Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Arcebispo

 

18h00 | Sé Catedral

Eucaristia na Sé Catedral

 

9h00 | São Vicente

A Visita Pascal inicia às 9h00. Da Igreja Paroquial partem 24 grupos de anúncio de Cristo Ressuscitado por todas as ruas e casas da Paróquia, terminando pelas 13h30. Às 18h30 inicia a Procissão das Cruzes, desde o Largo dos Penedos até à Igreja de São Vicente, onde é celebrada Eucaristia às 19h00.

 

9h00 | São Victor

A Visita Pascal inicia às 9h00 com saída dos Compassos Pascais, desde a Igreja Paroquial e da Capela das Religiosas do Sagrado Coração de Maria (num total de 27 grupos). Estes grupos recolhem às 12h30, para a celebração da Eucaristia, na Igreja de São Victor. Da parte de tarde, pelas 15h00, partem mais 14 grupos(e ainda outros 6 para fazer a Visita Pascal no Hospital de Braga). Por volta das 19h00 reúnem-se na Rua Elísio de Moura (junto da Farmácia Pimentel), de onde se dirigem, em solene procissão, para a Igreja Paroquial, concluindo com a celebração da Eucaristia.

 

 

1 abril, segunda-feira de Páscoa
9h00 | Sé / São João Souto / Cividade

Saída da Catedral de Braga de 4 grupos de Visita Pascal acompanhados por Banda de Música. Às 9h30 Eucaristia na Capela de Nosso Senhor das Ânsias, seguida de Visita Pascal na  Urbanização da Quinta das Hortas.

 

20h00 | Rua da Boavista

Subida da Rua da Boavista (Cónega), em cortejo, dos 4 grupos de Visita, seguidos pelo povo, rumo à Catedral, onde há um tempo de adoração e Bênção do Santíssimo.

Missa Solene do Domingo de Páscoa

31 de março, domingo de Páscoa, 11h30  |  Sé Catedral

 

Todo o Domingo é um dia pascal, porque simboliza e evoca, no ritmo cristão das semanas, o primeiro dia do mundo novo inaugurado com a Ressurreição de Cristo. O Domingo de Páscoa é, nesse sentido, o paradigma de todos os domingos. Por isso proclama a Liturgia: — «Este é o dia que o Senhor fez! Exultemos e cantemos de alegria!» Por isso também, nele, a Igreja celebra com especial solenidade a Eucaristia, memorial que recorda aquele mistério.

Vigília Pascal e Coroação da Imagem de Nossa Senhora das Dores

30 de março, sábado Santo, 21h30  | Catedral de Braga

 

Prática integrada na secular devoção de Nossa Senhora das Dores nesta Basílica. Decorre na noite do Sábado Santo, mais propriamente no final da celebração da Vigília Pascal, momento em que a imagem de Nossa Senhora é coroada, sendo-lhe retiradas as sete espadas em alusão à alegria da ressurreição.

Vigília Pascal e Procissão da Ressurreição

30 de março, sábado Santo, 21h00  |  Sé Catedral

 

Para a Vigília Pascal convergem todas as celebrações da Semana Santa e mesmo de todo o Ano Litúrgico. Lembrando a grande noite de vigília do povo hebreu no Egipto, aguardando a hora da libertação (Ex 12), nela celebram os cristãos a sua própria redenção pelo mistério da Ressurreição de Cristo. Por ela se realiza a grande Páscoa ou Passagem da morte para a vida ou do estado de perdição para o estado de salvação. É a vitória final de Deus, em Cristo, sobre o pecado, o mal e a própria morte. No plano espiritual, os cristãos apropriam-se da graça desta passagem pelo Batismo. Por isso, a liturgia batismal tem aqui um lugar de destaque.

A Vigília Pascal — chamada por Santo Agostinho «a mãe de todas as Vigílias» — é uma soleníssima celebração, muito rica de simbolismo global e de símbolos particulares: as trevas, a luz, a água, o círio pascal, a cor alegre dos paramentos, a explosão de som e luz.

 

Integra quatro partes e conclui com a Procissão da Ressurreição:

 

1ª Parte

Liturgia da Luz

Com Cristo ressuscitado, a Luz brilhou nas trevas. O círio pascal, que O simboliza, é benzido, conduzido em procissão e colocado diante da assembleia. Os participantes são convidados a terem nas mãos velas acesas, imitando aqueles servos de que fala o Evangelho (Lc 12, 35-37), os quais esperam, vigilantes, o seu Senhor que os fará sentar à sua mesa. Esta parte termina com o canto do Precónio (Pregão), anunciando solenemente a vitória de Cristo.

 

2ª Parte

Liturgia da Palavra

Narram-se os gestos maravilhosos de Deus na história da salvação, desde a Criação do mundo até ao grande gesto da «Nova Criação» pela ressurreição de Cristo, início e primícias de um mundo novo. As leituras são intercaladas por aclamações, a última das quais é o canto do Aleluia pascal. Ao cântico de Glória, a Catedral escurecida torna-se, de repente, uma explosão de luz.

 

3ª Parte

Liturgia Batismal

Invocam-se os santos, com o canto da Ladainha. Benze-se a água do Batismo, que é levada em procissão. Asperge-se o povo. Renovam-se as promessas do Batismo. Se há batizandos, é-lhes ministrado este Sacramento.

 

4ª Parte

Liturgia Eucarística

Celebração festiva da primeira Missa da Páscoa.

No final da Missa, o Santíssimo Sacramento, que estivera encerrado na urna com um manto negro, é colocado na custódia e trazido para o altar-mor. Organiza-se a Procissão da Ressurreição, própria do Rito Bracarense, pelas naves da Catedral. De novo no altar-mor, Cristo vivo na Hóstia branca abençoa todos os fiéis, que dele se despedem ouvindo e cantando o Regina Coeli, laetare (Rainha dos Céus, alegrai-vos), em modo de parabéns àquela que de Senhora das Dores se transformou em Senhora da Alegria.

Ofício de Laudes (Sábado Santo)

30 de março, Sábado Santo, 10h00  |  Sé Catedral

 

Com alocução do Presidente.

Terminadas as Laudes os Capitulares presentes acolhem os penitentes que desejarem receber o Sacramento da Reconciliação (confissão).

Durante o dia, visita ao Santo Sepulcro (na capela de Nª Sra. do Sameiro, Sé Catedral) onde permanece a Sagrada Eucaristia.

 

À noite, também na Catedral, celebra-se a Vigília Pascal e procede-se à Procissão da Ressurreição.

Celebração da Morte do Senhor

29 de março, sexta-feira Santa, 15h00  |  Sé Catedral

 

Às 15h, em doze locais da cidade, há lançamento de morteiros assinalando a morte de Jesus. Convidam a um minuto de silêncio em Sua memória.

 

À mesma hora em que Cristo expirou, os cristãos celebram o mistério da sua Morte redentora. Não há Missa, como seu memorial, mas comemoração direta, integrando a sequência do atos seguintes:

 

1ª Parte Liturgia da Palavra

Leituras alusivas ao sacrifício de Cristo, intercaladas com cântico de salmos, e narração da Paixão de Jesus segundo S. João. O Bispo que preside profere a homilia, tradicionalmente conhecida como Sermão do Enterro.

 

2ª Parte Oração universal

Sequência de orações pelas necessidades da Igreja e do mundo.

 

3ª Parte Adoração da Cruz

Depois de conduzida, encoberta, ao Bispo Presidente, este proporciona ao povo a progressiva descoberta do seu mistério — «Eis o madeiro da Cruz!» — , ao mesmo tempo que o convida à sua adoração: — «Vinde, adoremos!». E todo o povo desfila, então, aproximando-se para beijar e adorar o que foi o preço da sua redenção.

 

4ª Parte Comunhão eucarística

Comungando o Corpo de Cristo, os fiéis lembram as palavras de S. Paulo: «Sempre que comerdes deste pão […] anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Cor 11, 26).

 

 

Segue-se o canto de Vésperas e depois, a Procissão Teofórica do Enterro.  A Procissão Teofórica do Enterro é um cerimonial integrado na celebração que memora a morte de Cristo, que se realiza na tarde da Sexta-Feira Santa na Sé de Braga. Nesta impressionante procissão, o Santíssimo Sacramento, encerrado num esquife coberto de um manto preto, é levado pelas naves da Catedral — daí o nome de procissão teofórica (que transporta Deus) — sendo posteriormente deposto numa capela lateral onde é exposto à veneração. Este cerimonial, que se insere numa tradição medieval associada aos chamados ritos da depositio (deposição), terá sido introduzido na Sé de Braga no século XVI, dado que apenas é referenciado na versão do Rito Bracarense de 1558.

 

Os acompanhantes do préstito cobrem o rosto em sinal de luto. Dois meninos ou duas senhoras, alternando com responsórios do coro, cantam em latim e em tom de comovido lamento: «Heu! Heu! Domine! Heu! Heu! Salvator noster!» (Ai! Ai! Meu Senhor! Ai! Ai! Salvador nosso!)