Semana Santa de Braga presente na FITUR, em Madrid

A feira internacional de turismo FITUR, que ocorreu entre 22 e 26 de fevereiro, em Madrid, Espanha, foi o palco escolhido para a apresentação pública mundial da Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa, na qual a Semana Santa de Braga está incluida.

 

Esta rede surge com o objetivo de preservar, proteger e disseminar o patrimônio cultural, material e intangível, que são as celebrações da Semana Santa e da Páscoa dos seus 18 destinos membros que, recorda-se, é composta pela Fundação Frederico II, representando os municípios de Palermo e Caltanissetta, da Sicília (Itália); o município de Birgu, em Malta; a Comissão da Quaresma e Celebrações da Semana Santa de Braga, em Portugal; representações da Paixão de Cristo em Skofja Loka, Eslovênia; os municípios que fazem parte da rota “Caminhos de Paixão”, entre os quais Alcalá la Real em Jaén, Baena, Cabra, Lucena, Priego de Córdoba e Puente Genil em Córdoba e Carmona, Écija em Osuna e Utrera em Sevilha. Também dentro da geografia espanhola, encontramos os municípios de Orihuela em Alicante, Lorca em Múrcia e Viveiro em Lugo.

 

A apresentação contou com a presença da Sra. Rosario Andújar Torrejón, Presidente desta Rede Europeia, Presidente da associação “Caminhos de Pasión e Presidente da Câmara de Osuna (Sevilha); o Sr. Manuel Alejandro Cardenete Flores, vice-ministro do Ministério do Turismo, Regeneração, Justiça e Administração Local da Junta de Andaluzia; o Sr. Francisco Morales González, vice-presidente de Lorca e conselheiro delegado de turismo; o Sr. Emilio Bascuñana, Presidente da Câmara de Orihuela (Alicante) e a Sra. María Loureiro García, Presidente da Câmara de Viveiro (Lugo) como representantes à mesa, além de outras autoridades e delegados de instituições e organizações como a Secretaria de Estado de Turismo, o Instituto Itinerários Culturais Europeus ou Presidentes e gestores dos municípios participantes da Rede.

 

Tradições que unem
A atual presidente da Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa, Rosario Andújar, tomou a palavra para explicar como surgiu a idéia de criar esta Rede, cuja missão é “conservar, proteger e promover o patrimônio cultural, tanto material como intangível, que as celebrações da Semana Santa e Páscoa envolvem nestes municípios; melhorar os destinos patrimoniais e seu ambiente natural e rural, apostando na redistribuição do turismo para outros destinos menos massificados, com características comuns, contribuindo para a prática de um turismo mais sustentável; criar redes de cooperação com agentes culturais e turísticos que aprofundem e realcem a autenticidade, singularidade e contexto social dos destinos; incentivar atividades educacionais, bem como promover pesquisas sobre esses costumes e tradições próprias”.

 

Neste sentido, destacou o trabalho que vem sendo realizado nesta Rede desde a sua criação, em março de 2019, com o objectivo de apresentar uma candidatura como Itinerário Cultural Europeu. “Este trabalho conjunto dos 18 destinos que atualmente compõem a Rede Europeia da Semana Santa das Celebrações Semana Santa e Páscoa é um compromisso com a glocalização”, disse Andújar – uma rede europeia de trabalho em que os pensamentos são globais, mas as ações têm um impacto local.

 

A necessidade de encontrar pontos de união entre os diferentes destinos e, por sua vez, destacar a singularidade de cada um, torna este projeto um desafio empolgante. Reconhecer a importância, a nível social, dessas celebrações e como, graças a elas, ocorre o desenvolvimento de um território e do seu povo era a mensagem que se pretendia transmitir durante a apresentação.

 

A ocasião serviu também para apresentar a identidade visual e o sítio oficial da Rede – disponível em www.holyweekeurope.com – trabalhos desenvolvidos pelo estúdio bracarense Pi Creative Studio.

 

Representação bracarense
A Comissão da Semana Santa de Braga esteve representada pelo seu presidente, Rev. Cónego Avelino Marques Amorim; pela vereadora da Cultura da CMB, Dra. Lídia Dias; e pelos membros da Comissão, Rui Ferreira, Abel Rocha e Marco Sousa.

Comissão da Semana Santa deslocou-se a Orihuela, Espanha

Ocorreu nos passados dias 25 e 26 de setembro, na localidade de Orihuela (Alicante), uma nova assembleia geral da Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa e Páscoa.

A Comissão da Semana Santa de Braga esteve representada por Abel Rocha (da Comissão Executiva da Rede) e Rui Ferreira (do Comité Científico). Ainda presente, esteve a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Braga, Lídia Dias, em representação do município.

 

Neste que foi o terceiro encontro da Rede trataram-se temas relevantes de nível organizativo, tais como: a aprovação da identidade visual e corporativa da Rede (resultado de um concurso internacional por convite, com trabalhos de Itália, Espanha e Portugal, e de que destacamos a proposta vencedora, por unanimidade, levado à assembleia por Braga, da autoria da agência criativa bracarense Pi Creative Studio), entidade que colabora com a Comissão há mais de uma década); fecho do orçamento de suporte às acções relacionadas com o processo de candidatura a Itinerário Cultural Europeu (objectivo principal desta Associação); e ainda o plano de trabalhos do Comité Científico.

 

A próxima assembleia geral da Rede ocorrerá em finais de janeiro de 2020, em Madrid, Espanha.

 

Sobre a “Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa de Páscoa”

 

Este projeto internacional visa a criação de um Itinerário Cultural do Conselho da Europa tendo como finalidade a salvaguarda e promoção das tradições vinculadas à vivência da Semana Santa em vários países europeus.

 

A Associação tem como sócios fundadores diferentes entidades que promovem e acrescentam valor na representação das tradições e festas emblemáticas a nível europeu, e que são os seguintes:
– A italiana Fundação Frederico II, da Sicília, Itália, em representação dos municípios de Palermo e Caltanissetta
– O município de Birgu, por parte de Malta
– A Comissão da Quaresma e Celebrações da Semana Santa de Braga, em Portugal
– As representações da Paixão de Cristo em Skofja Loka, na Eslovénia
– A rota andaluza Camiños de Passión, que representa as celebrações da Semana Santa dos municípios de Alcalá la Real, em Jaén; Baena, Cabra, Carmona, Lucena, Priego de Córdoba e Puente Genil, da província de Córdoba; e ainda Écija, Osuna e Utrera, da província de Sevilha
– Dentro da geografia espanhola, também integram a Rede as celebrações da Semana Santa de Orihuela (Alicante), Lorca (Múrcia) e Viveiro (Lugo)

 

Sobre os Itinerários Culturais do Conselho da Europa

 

O programa Itinerários Culturais do Conselho da Europa foi lançado em 1987 pelo Conselho da Europa com a finalidade de demonstrar, através da viagem no espaço e no tempo, como o património cultural da Europa se desenvolve através das fronteiras.

 

Um itinerário cultural europeu é uma rota que abarca países e regiões e que se organiza em torno de um tema cuja história, interesse artístico e cultural é claramente europeu, seja pela sua localização geográfica ou pelo seu conteúdo e significado.

Já são conhecidos os premiados do Concurso de Fotografia 2019

Ocorreu ontem, dia 17 de maio, pelas 21h, na loja FNAC do shopping Braga Parque, em Braga, o anúncio dos premiados da 11ª edição do Concurso de Fotografia “A Semana Santa de Braga”.

 

Sobre a iniciativa

Esta é uma iniciativa da Comissão da Semana Santa de Braga que visa sensibilizar todos os amantes da fotografia para o tema em particular, e em geral para esta época tão especial da cidade de Braga, bem assim como estimular e difundir a criatividade na arte da fotografia.

 

Tem como patrocinador exclusivo a reputada marca CANON. Conta com o apoio à divulgação da entidade regional de turismo do Porto e Norte de Portugal e da loja FNAC de Braga e tem ainda como media partner o jornal “Diário do Minho”.

 

Sobre a edição e resultados deste ano

Abel Rocha, membro da Comissão responsável por esta iniciativa, comentou no momento da conferência de imprensa “Este concurso já leva onze anos de existência. Tendo presente esta contextualização, é muito natural que alguns dos concorrentes, e até premiados, se vão repetindo anualmente. Para a organização, é um orgulho – e não visto como uma menos valia – esta participação continuada e sempre interessada. Encaramos esta frequência de participação como sinal de credibilidade e confiança nesta iniciativa e, arriscaríamos alvitrar, de tentativa de superação pessoal dos concorrentes, que vão tentando, ano após ano, ver os seus trabalhos reconhecidos. Há fotógrafos com muita qualidade que, por via desse acreditar e

 

Por outro lado, apraz-nos constatar a participação de novos concorrentes. Em todas as edições, há  concorrentes que chegam ao concurso pela primeira vez, e este é o outro “lado bom” que há que reconhecer a esta iniciativa: é que, apesar da sua já (algo) longa existência, ela continua a despertar interesse e participação e é ainda relevante para muitos.

 

Há ainda que reconhecer que o concurso pode e deve merecer o reforço da sua comunicação, de modo a poder chegar a cada vez mais pessoas e a um círculo mais vasto de território, visando aumentar a participação de mais concorrentes.

 

Dois aspetos ainda de sublinhar e que se referem com a envolvência da comunidade e o aumento do espólio de fotografia, objectivos iniciais desta iniciativa e que são desideratos alcançados, sem dúvida nenhuma.

 

Palavra final para a qualidade global dos trabalhos apresentados a concurso, o que foi realçado pelos membros do júri. Dir-se-á inclusive que esta (a qualidade) tem vindo a aumentar em cada ano, o que torna este concurso renhido, desafiante e com uma reputação crescentemente reconhecida.”

 

A diversidade de participação é também um aspeto a destacar com participantes de todas as idades (dos 19 aos 67 anos) e das mais variadas localidades do país: Amares, Braga, Barcelos, Caminha, Corroios (Seixal), Esposende, Fafe, Guimarães, Moreira da Maia, Penamacor, (Castelo Branco), Porto, Póvoa de Lanhoso, Travanca (Amarante), Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, Vila Verde e Vizela.

 

Podemos adiantar alguns dados estatísticos referentes a esta edição:

73 concorrentes
418 fotos a concurso
24 fotos premiadas
média de idades: 43 anos (mais novo: 19 anos / mais velho: 67 anos)
participantes masculinos: 54 = 86%
participantes femininos: 19 = 14%

 

O júri deste ano foi composto pelas seguintes personalidades:

Presidente: Hugo Delgado
Representante da Comissão: José Alberto de Sousa Ribeiro
Representante da Canon: João Salvador
Representante do Diário do Minho: Luis Carlos Lopes Fonseca
Representante da Porto e Norte: Marco Sousa
Maria Francisca Xavier, convidada

 

Os prémios a concurso foram atribuídos aos seguintes concorrentes:

1º prémio: João Felipe da Silva Barbosa, 31 anos, de Braga

EOS M50 BLK 15-45 IS STM VUK (no valor de 749€) + assinatura digital anual do Diário do Minho (no valor de 60€)

 

2º prémio: Vítor Nuno Gomes Pinto Ferreira, 50 anos, de Caminha

EOS 2000D 18-55 IS II VUK (no valor de 479€) + assinatura digital anual do Diário do Minho (no valor de 60€)

 

3º prémio: José Pedro Apolinário Teixeira Pinto, 24 anos, de Braga

PowerShot G9 X Black Pack (no valor de 449€) + assinatura digital anual do Diário do Minho (no valor de 60€)

 

As 10 Menções Honrosas (com direito a uma assinatura digital anual do Diário do Minho, no valor de 60€) foram atribuídas a:

André Paulo Renato Pereira Borges, 48 anos, de Braga

Carlos Manuel Cunha Ferreira, 46 anos, de Braga

José Pedro Apolinário Teixeira Pinto, 24 anos, de Braga

Jorge Manuel Rocha Pimenta, 50 anos, do Braga

José Rodrigo de Carvalho Faria Lima, 45 anos, de Braga

Luís Filipe Gomes Vilaça, 28 anos, de Braga

Nuno Álvaro Santos Sousa, 46 anos, de Barcelos

Pedro Manuel Pimenta Gonçalves Ferreira, 45 anos, de Braga

Silvino Jorge Rodrigues, 50 anos, de Braga

Sofia Carolina Rodrigues Brandão Bahia, 25 anos, de Braga

 

Todos os premiados recebem ainda um Certificado de Participação.

 

As fotos premiadas estão disponíveis no sítio oficial da Semana Santa, neste link.

 

A quase totalidade dos prémios e certificados foi entregue na ocasião. Para os não presentes, informa-se que estes estão disponíveis para levantamento, mediante apresentação do BI ou Cartão de Cidadão, até ao dia 30 de junho, ao balcão da secção de fotografia da FNAC de Braga.

 

A assinatura digital do Diário do Minho será disponibilizada diretamente, via email, pelo Diário do Minho.

 

Para além dos premiados, todos os concorrentes que manifestarem vontade de obter um Certificado de Participação, devem informar a organização, que o remeterá via email ou em papel (para levantamento na Sé Catedral de Braga). Todos os pedidos serão atendidos no máximo até ao dia 30 de maio. Os Certificados serão disponibilizados, de uma só vez, no dia 31 de maio.

 

Todos os trabalhos premiados (um total de 24 fotos) serão alvo de exposição, esta inserida no programa cultural da Semana Santa de Braga de 2020.

 

A organização endereça os votos de parabéns a todos os premiados e, em geral, a todos quantos se inscreveram e submeteram fotos ao concurso.

Abertura da 11ª edição do Concurso e inauguração de exposição de fotografia

A Comissão da Semana Santa de Braga anunciou hoje publicamente a abertura do Concurso de Fotografia subordinado ao tema “A Semana Santa de Braga”, e que vai já na sua 11ª edição.

 

O Concurso é uma iniciativa aguardada sempre com grande expectativa, pois tem vindo a assumir um papel incontornável na programação cultural anual da Semana Santa de Braga e que visa atrair os amantes da fotografia para o tema em particular, e em geral para esta época tão especial da cidade de Braga, bem assim como estimular e difundir a criatividade na arte da fotografia.

 

A edição deste ano conta, como aliás é costume, com prémios aliciantes:

1º Prémio
EOS M50 BLK 15-45 IS STM VUK (no valor de 749€) + assinatura digital anual do Diário do Minho

2º Prémio
EOS 2000D 18-55 IS II VUK (no valor de 479€) + assinatura digital anual do Diário do Minho

3º Prémio
PowerShot G9 X Black Pack (no valor de 449€) + assinatura digital anual do Diário do Minho

As Menções Honrosas recebem uma assinatura digital anual do Diário do Minho (no valor de 60€).

 

Como habitual, a iniciativa conta com o patrocínio exclusivo da prestigiada Canon, marca muito ligada ao mundo da fotografia; com o jornal Diário do Minho como Media Partner; e ainda com o apoio da entidade regional de turismo Porto e Norte de Portugal e da loja FNAC de Braga.

 

A organização do Concurso faz notar que este, este ano, não há lugar a pré-inscrição – todos os interessados em participar poderão fazê-lo logo na abertura do período de submissão de trabalhos.

 

Principais datas do Concurso:
• Submissão de trabalhos: entre as 00h01 de 26 de abril e as 23h59 de 6 de maio de 2019
• Conferência de imprensa do anúncio de resultados: 17 de maio, 21h00, loja FNAC de Braga

 

O Regulamento e outras informações estão disponíveis aqui.

 

Nesta mesma ocasião, foi inaugurada a exposição “Calvários: devoção no espaço público”, uma iniciativa do Braga Parque, patrocinador da Semana Santa de braga, e que se associa, deste modo, às celebrações, contribuindo para o enriquecimento do programa cultural proposto à comunidade bracarense.

Maria Vasconcelos: «Acho que transmito fé às pessoas que me vêem»

Prometi a Deus que, enquanto eu pudesse caminhar, cada ano que ele me desse caminharia nas minhas promessas», referiu ao Diário do Minho Maria Vasconcelos que, há 17 anos, integra diversas procissões da Semana Santa de Braga, numa demonstração de fé inabalável.

 

Foi o cancro detetado em 2002 que a fez tomar a decisão de participar, e assim será enquanto tiver forças para tal. Este ano, irá encarnar o papel de Verónica na Procissão do Senhor dos Passos. Ao seu lado, irá a sua neta, vestida de Nossa Senhora das Dores. Maria Vasconcelos vai ainda participar nas procissões da Senhora da Burrinha, Ecce Homo e na do Enterro do Senhor, nestas enquanto Nossa Senhora das Dores, na qual tem encontrado conforto e apoio.

 

Noutros anos deu corpo a outros figurados. «Já representei Jesus a caminho do Calvário; já fui com a Cruz às costas no Senhor dos Passos; e de Maria Madalena», referiu. A sua “estreia” foi logo no primeiro ano em que lhe foi diagnosticada a doença. «Fui descalça e sem cabelo», disse.

 

Depois de ter enfrentado várias quimioterapias e radioterapias e de uma mastectomia total, naquilo que considera «uma verdadeira luta», Maria Vasconcelos deposita na fé todas as suas forças e acredita que o segredo é mesmo esse, não descurando, claro, o papel dos médicos que a acompanham.

 

«São 17 anos de penitência na Semana Santa com muito fervor porque Deus move montanhas desde que tenhamos fé n’Ele. Temos de Lhe pedir com muita força e ser persistentes. Ele ouve-nos. Só com a mão Dele era possível eu vencer estes cancros malignos», considerou.

 

Para Maria Vasconcelos, participar nestes momentos constitui «um orgulho» e uma «sensação de alegria de viver». «Acho que transmito fé às pessoas que me veem. Sou um exemplo de fé», vincou.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

António Ferreira: «As pessoas hoje sentem a Semana Santa como sua»

António Ferreira é chefe dos escuteiros da Sé. Desde criança que, segundo se lembra, o Agrupamento n.º 1 da Sé participa na organização das procissões da Semana Santa de Braga, para além de outras típicas da cidade, como a do S. João e a procissão ao Sameiro (aqui com a tarefa da distribuição de água e primeiros socorros). Mais recentemente, através de uma parceria estabelecida com a Câmara Municipal de Braga, a participação estende-se a outros cortejos como os da Braga Romana e a Parada de Natal.

 

No caso das procissões da Semana Santa, fica a cargo de entre sete a dez elementos do Agrupamento a comunicação via rádio de modo a orientar todo o percurso. Ao todo, cada cortejo conta com o apoio de sete rádios. Os elementos novos do Agrupamento acompanham os mais velhos, ganhando assim traquejo para lhes seguirem os passos quando forem dirigentes.

 

Para António Ferreira, trata-se de um trabalho «indispensável». «Os que vão à frente vão-nos dizendo quantos metros temos de andar depois de sair o andor, por exemplo. Também já sabemos onde para cada procissão e qual o compasso, de modo a que depois não haja espaços e vá tudo seguido», explicou.

 

Participar nestas cerimónias é, para o responsável, «um momento especial», até porque «o escutismo e a Igreja estão de mãos dadas». António Ferreira destacou, também, a importância destas participações na própria formação das crianças e jovens, que aprendem sobre «o respeito mútuo» e «a saber comportar-se».

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

João da Silva Oliveira: «Participar nisto é um gosto e um brio pessoal»

Quase todos os bracarenses conhecem o farricoco que veste de roxo na procissão dos Passos, organizada pela Irmandade de Santa Cruz, mas nem todos lhe conhecem o rosto. João da Silva Oliveira é o nome que se “esconde” por detrás da túnica e que carrega consigo um trompete dourado.

 

E não se fica pela procissão de Domingo de Ramos, participando também nas de Quinta e Sexta-feira Santas (Ecce Homo e do Enterro do Senhor, respetivamente), bem como na trasladação do Senhor dos Passos e Via-Sacra. Em tempos também chegou a participar no cortejo bíblico “Vós sereis o meu povo” (ou da Burrinha), que se realiza na Quarta-feira Santa à noite.

 

A sua ligação às celebrações da Semana Santa começou ainda era uma criança, quando frequentava a Santa Infância. Naquela altura, integrava os cortejos do Sábado de Aleluia. «Sempre participei, excetuando os sete meses e meio que estive em Angola», explicou o bracarense, atualmente com 70 anos de idade.

 

Para João da Silva Oliveira, esta participação tão ativa constitui «um gosto» e «um brio pessoal». «Nunca fui remunerado, nem como farricoco nem como porta-lanternas. É com gosto que faço isto», vincou.

 

E é com orgulho que encarna o personagem nos cortejos. De tal forma que há amigos e familiares que o tentam distrair ao longo do percurso, mas sempre sem sucesso. «Alguns até fazem apostas para ver se me fazem rir mas eu nunca me rio nas procissões», vincou o responsável.

 

A vestimenta que usa foi comprada com o seu dinheiro e feita à medida por uma costureira, «para não ter de andar sempre a pedir». «Mas quando não a puder usar mais, entrego-a a Santa Cruz», acrescentou.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

João Braz: «As pautas eram decoradas porque nas ruas não havia luz»

Durante um quarto de século, João Braz foi o maestro da Banda Musical de Cabreiros, que acompanha todas as procissões da Semana Santa de Braga.

 

Atualmente já não se encontra ao leme daquela coletividade que conta com 175 anos de idade, mas recorda os tempos em que as marchas fúnebres tinham de ser ensaiadas num campo de futebol, às escuras, para que no dia do cortejo a formatura saísse na perfeição.

 

Isto porque, explicou, «antigamente não havia nas ruas a luz que há agora» e as pautas tinham de ser decoradas porque não se conseguiam ler. «Não havia luzes nas montras porque eram desligadas e os candeeiros eram cobertos por panos pretos», recriando-se assim um momento solene, carregado de tristeza, fé e respeito.

 

Portanto, os ensaios tinham de começar cedo, logo no início do ano. «Apesar de muitos já conhecerem aquilo de cor, havia sempre membros novos que tinham de aprender, por isso era preciso ensaiar tudo com tempo para que no dia corresse tudo bem. Não era só aparecer na rua, havia todo um trabalho por detrás», explicou o maestro.

 

Daqueles tempos guarda boas memórias, sobretudo do «orgulho» sentido ao percorrer as principais ruas da cidade atrás do pálio onde se concentram as entidades oficiais. «Era muito bonito ter tanta gente a ver», relembra João Braz.

 

Atualmente, o ex-maestro da Banda Musical de Cabreiros integra a Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga. «Isto está tudo muito bem organizado e veem-se muitos turistas, não só portugueses como estrangeiros», disse.

 

 

[Rubrica em parceria com o jornal Diário do Minho]

Arranca a “Rede Europeia das Celebrações da Semana Santa e Páscoa”, em Braga

No passado dia 18 de março, teve lugar, no Palácio do Raio, em Braga, o II Fórum que reuniu pela segunda vez um grupo de entidades europeias. A ocasião serviu para consolidar este projeto (recorda-se que a primeira reunião ocorreu em Lucena, Espanha, no passado mês de setembro), e fundar a nova associação, que é criada para agregar valor às tradições europeias relacionadas com a Semana Santa e Páscoa, e que aspira a apresentar uma candidatura a um futuro Itinerário Cultural Europeu, do Conselho da Europa.

 

Liderada pela rota andaluza “Camiños de Passión” (Caminhos de Paixão), a nova Rede inicia o seu percurso tendo por sócios fundadores Espanha, Portugal (com a Semana Santa de Braga), Malta, Eslovénia e Itália, num total de nove entidades, que organizam, nas suas diferentes regiões geográficas, cerimónias relacionadas com a Semana Santa e a Páscoa.

 

Durante a sessão de trabalho foram discutidos e adotados pontos muito importantes e que orientarão o funcionamento e a atividade desta nova entidade: a assinatura do acto fundador da rede, a eleição do Conselho de administração, a criação de um Comité Científico, a adoção de seu plano de trabalho e de financiamento, bem como a organização de sua atividade para a preparação e apresentação do candidatura a um Itinerário Cultural Europeu.

 

Sobre os Itinerários Culturais do Conselho da Europa

O programa Itinerários Culturais do Conselho da Europa foi lançado em 1987 pelo Conselho da Europa com a finalidade de demonstrar, através da viagem no espaço e no tempo, como o património cultural da Europa se desenvolve através das fronteiras.

 

Um itinerário cultural europeu é uma rota que abarca países e regiões e que se organiza em torno de um tema cuja história, interesse artístico e cultural é claramente europeu, seja pela sua localização geográfica ou pelo seu conteúdo e significado.

 

Sobre a “Rede Europeia de Celebrações da Semana Santa de Páscoa”

Esta rede europeia das Semanas Santas e celebrações da Páscoa é formada como uma associação sem fins lucrativos, aberta a todas as religiões e crenças que comemoram a paixão e ressurreição de Jesus Cristo, e cuja património cultural é um ponto de referência nas suas respetivas regiões e/ou países.

 

A Associação pretende congregar esforços e aproveitar sinergias na consolidação de um modelo de conservação e difusão do património material e imaterial da Semana Santa e Páscoa, ao mesmo tempo que promove estas expressões, dos diferentes membros e áreas geográficas envolvidas, como destinos turísticos de qualidade.

 

Esta associação tem, na sua fundação, como sócios fundadores, diferentes entidades, que promovem e acrescentam valor na representação das tradições e festas emblemáticas a nível europeu, e que são os seguintes:

– A italiana Fundação Frederico II, da Sicília, Itália, em representação dos municípios de Palermo, Caltanissetta e Trapani

– Os municípios de Birgu e Qormi, por parte de Malta

– A Comissão da Quaresma e Celebrações da Semana Santa de Braga, em Portugal

– As representações da Paixão de Cristo em Skofja Loka, na Eslovénia

– A rota andaluza Camiños de Passión, que representa as celebrações da Semana Santa dos municípios de Alcalá la Real, em Jaén; Baena, Cabra, Lucena, Priego de Córdoba e Puente Genil, da província de Córdoba; e ainda Écija, Osuna e Utrera, da província de Sevilha

– Dentro da geografia espanhola, também integram a Rede as celebrações da Semana Santa de Orihuela (Alicante), Lorca (Múrcia) e Viveiro (Lugo)

 

Razões da candidatura

Este projeto de Itinerário Cultural é uma formidável oportunidade e uma plataforma para disseminar e dar a conhecer o património relacionado com as celebrações da Semana Santa e Páscoa (onde Braga estará inserida), conferindo-lhe visibilidade a nível europeu e inclusivamente mundial.